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Por Nikkei Asia — Mumbai

Os onipresentes tuk-tuk (ou riquixás), veículos de três rodas típicos da Índia, estão acelerando rumo à eletrificação, como parte da estratégia do governo contra a poluição. Esse movimento está criando novas oportunidades para fabricantes e prestadores de serviços locais e estrangeiros.

Para cargas leves fora das vias movimentadas, a montadora local Mahindra & Mahindra lançou um modelo específico. A Mahindra Electric Mobility lançou no mês passado um veículo que carrega uma carga de até 310 kg e custa 144 mil rúpias (US$ 1.920), um preço médio no mercado. O novo riquixá marca a entrada do grupo na categoria elétrica de três rodas, chamada L3, que tem limite de velocidade de 25 km/h.

Os veículos desta categoria são proibidos nas estradas principais, mas são perfeitos para becos apertados em áreas residenciais densamente lotadas.

Novo tuk-tuk elétrico da Mahindra Electric Mobility — Foto: Divulgação
Novo tuk-tuk elétrico da Mahindra Electric Mobility — Foto: Divulgação

Na entrega de última milha, os riquixás elétricos ganharão terreno com suas vantagens de custo de combustível, disse o CEO da Mahindra Electric Mobility, Suman Mishra.

E as oportunidades não se limitam apenas aos próprios veículos. A Terra Motors, fabricante japonesa de veículos elétricos de três rodas, montou uma unidade de serviços financeiros em julho, para oferecer pequenos empréstimos a indianos que querem ganhar a vida como motorista de táxi. Recentemente, também se associou a uma empresa de microfinanciamento no Estado de Gujarat.

A Honda Motor está pronta para lançar um negócio de aluguel e troca de baterias em Bengaluru já em meados deste ano. Operadores de negócios que usam riquixás alugam baterias de íon de lítio por uma taxa baseada no uso.

A Índia, o maior mercado mundial de motocicletas, também é um dos maiores para veículos de três rodas. Mais de 700 mil riquixás foram vendidos no ano fiscal de 2018, que terminou em março de 2019, de acordo com a Sociedade dos Fabricantes de Automóveis da Índia.

Após um leve declínio no ano fiscal de 2019, as vendas caíram para 210 mil veículos no ano fiscal de 2020 devido às restrições de circulação da pandemia, uma queda de quase 70% no ano. O número para o ano fiscal de 2021 permanece praticamente inalterado. Mas o ponto positivo são os modelos elétricos, cujas vendas totalizam cerca de 100 mil, de acordo com um instituto de estudos local.

Melhora na segurança

Os veículos elétricos de três rodas, inicialmente fabricados por empresas chinesas de menor porte, enfrentaram restrições nas vias públicas devido a questões de segurança. Mas as mudanças legais feitas desde 2015 encorajaram grandes companhias a entrar em campo, incluindo a Mahindra.

A corrida também é promovida pelo governo, que está sobrecarregado com um enorme déficit comercial gerado pelas importações de petróleo, além de precisar trabalhar contra a grave poluição do ar no país. Nova Déli está pressionando para que os veículos elétricos representem 30% da frota até 2030 por meio de subsídios e outros tipos de apoio.

Como os veículos elétricos (EVs) de quatro rodas enfrentam obstáculos, como preços mais altos e estações de carregamento insuficientes, parece mais factível brigar pela eletrificação entre os tuk-tuk.

“A Honda não fabrica riquixás na Índia, mas decidimos lançar o negócio de troca de baterias devido à política de eletrificação do governo", disse o presidente Kiyoshi Ito, da Honda Power Pack Energy India.

Isso tem seus próprios desafios. As baterias de chumbo, amplamente utilizadas em riquixás elétricos, tendem a ter uma vida útil mais curta e representam uma ameaça ao meio ambiente. Motoristas de riquixá também são mais suscetíveis ao impacto do ambiente econômico.

Mas uma grande proporção da energia elétrica da Índia é gerada usando combustível fóssil, então alguns questionam o quanto o meio ambiente se beneficiará com a fabricação de veículos elétricos. Desafios não faltam, mas o futuro da eletrificação na Índia passa pelos veículos de três rodas, o que nenhum grande grupo empresarial local vai ignorar.

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