Política
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Por João Valadares, Valor — Brasília


Um dia depois de o governador Paulo Câmara (PSB-PE) comunicar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que havia definido o deputado Danilo Cabral (PSB) como nome para a disputa do governo de Pernambuco, o PT anunciou oficialmente a retirada da pré-candidatura do senador Humberto Costa.

A desistência do petista, antecipada pelo Valor há duas semanas, é mais uma peça que se move no tabuleiro na tentativa de resolver o impasse entre os dois partidos em São Paulo. O ex-governador Márcio França e o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) são pré-candidatos ao governo. Até o momento, ao menos oficialmente, França reitera que não desiste.

Pelas redes sociais, ao anunciar a desistência de Costa, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, fez questão de ressaltar que o pernambucano estava liderando pesquisas de intenção de voto no Estado.

“Mesmo liderando as pesquisas, o companheiro Humberto Costa abriu mão de disputar o governo de Pernambuco para unificar as forças populares no Estado e no Brasil para derrotar Bolsonaro e seus retrocessos”, disse. “Grandeza política e desprendimento que saudamos hoje em encontro com Lula”, complementou.

O senador manteve o mesmo tom após encontro com Lula na tarde de hoje. Ele destacou que a sua pré-candidatura era “extremamente competitiva” e estava disparado nas pesquisas. “Fizemos isso (retirada da pré-candidatura) porque queremos pavimentar, acima de qualquer interesse pessoal, um caminho de união em favor da esperança e de um novo Brasil, afirmou.

A pré-candidatura de Costa foi estimulada por Lula para que o PT tivesse uma moeda de troca importante na mesa de negociação sobre o arranjo eleitoral em São Paulo. Nos bastidores, o próprio Costa, considerado um soldado do partido, sabia que as chances de realmente disputar o governo em Pernambuco, mesmo contanto com a aprovação do diretório estadual, eram remotas.

Ontem, numa jogada combinada com o PT, o governador Paulo Câmara foi até Lula para dizer que a situação em Pernambuco estava definida. Câmara ressaltou na conversa com o ex-presidente que seria importante um gesto rápido oficial do PT apontando a desistência de Costa para apoiar Cabral.

Parlamentares ligados a Lula apontam que o ex-presidente conta com a interlocução cada vez maior do governador Paulo Câmara, que ocupa a vice-presidência nacional do PSB, para driblar possíveis dificuldades impostas pelo presidente do PSB, Carlos Siqueira.

Além de Pernambuco e São Paulo, o PSB cobra apoio aos candidatos ao governo no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Acre e Maranhão.

O movimento feito pelo ex-presidente Lula ao retirar Costa do jogo repete o roteiro de 2018. Naquele ano, o PT, após estimular a candidatura da deputada Marília Arraes (PT) ao governo, retirou o nome dela da disputa estadual para apoiar a reeleição de Paulo Câmara em troca da neutralidade nacional do PSB na corrida presidencial.

O PSB em Pernambuco, com peso histórico nas decisões nacionais do partido, depois de apoiar Aécio Neves (PSDB) no segundo turno da disputa presidencial de 2014 e também o impeachment da então presidente Dilma Rousseff em 2016, acabou caminhando ao lado de Fernando Haddad em 2018. O movimento costurado com Câmara isolou Ciro Gomes, que terminou a disputa em terceiro lugar.

Nos bastidores do PSB, principalmente na ala pernambucana do partido, a desistência de Márcio França já é dada como certa. Há duas semanas, depois de encontro em Brasília com Gleisi e Siqueira, o ex-governador defendeu a avaliação de pesquisas eleitorais como critério para definição do nome que deve disputar o governo paulista.

Até o momento, nos principais levantamentos, o petista aparece com mais intenções de voto do que França. O posicionamento do ex-governador de São Paulo, apesar de ter reiterado que quer ser candidato, foi lido até por correligionários como sinal de que ele começa a ensaiar sua retirada.

Em Pernambuco, com a desistência do PT em figurar na cabeça de chapa, as negociações, agora, são para definição do nome que disputaria a vaga ao Senado. Parte do PSB defende que o PT ocupe a vice, o que desagrada os planos de Lula. Ele tem reforçado a importância de fortalecer as bancadas da Câmara e do Senado. O senador Humberto Costa defende o nome do deputado Carlos Veras (PT) para o Senado.

Humberto Costa — Foto: Marcos Oliveira/Agencia Senado
Humberto Costa — Foto: Marcos Oliveira/Agencia Senado

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