Por Pedro Trindade, g1 RS


Homem se passava por modelo nas redes sociais e usava encontros para furtar mulheres — Foto: Arquivo pessoal

Uma estudante de 21 anos afirma ter sido vítima de Márcio André da Silva Júnior. O homem de 27 anos, preso preventivamente na terça-feira (1º), é suspeito de atrair mulheres e usar a confiança adquirida para furtar objetos de valor delas.

O g1 busca contato com a defesa do investigado.

A jovem, que prefere não se identificar, relata que conheceu o homem há cerca de quatro meses em uma festa em Porto Alegre, na qual ela trabalhava. Ele passou a seguir ela em uma rede social, mas a estudante sustenta que os dois nunca se relacionaram.

O suspeito teria feito alguns convites a mulher, para andar de lancha e sair para jantar. Todas as investidas foram recusadas, segundo a estudante.

"A última vez que nos vimos foi no final de junho. Nos encontramos e ele me ofereceu uma carona para casa. Eu aceitei, foi quando ele me roubou. Levou meu celular e o da minha mãe", diz.

A estudante relata que havia deixado o celular no console do carro, pois estava sem bateria. Ao fim da carona, ela teria descido para entrar em casa, em Cachoeirinha, na Região Metropolitana, e percebeu que o aparelho não estava mais no local.

"Ele disse que não tinha me visto com celular, que eu estava bêbada e que deveria ter esquecido na festa", relembra a mulher.

A jovem relata que eles retornaram até a festa para procurar o aparelho. Sem sucesso, ela pediu o celular do homem emprestado e foi até um banheiro para ligar para uma amiga e contar a situação.

Depois disso, os dois retornaram em direção à casa da estudante. Em frente à residência, houve uma discussão. A mãe da mulher saiu e pediu para que ela entrasse.

"Eu desci e entrei no meu pátio com o celular dele, ia por para carregar. Ele surtou, invadiu o pátio, derrubou minha mãe, me empurrou, pegou o celular dele de mim. Nisso, a minha mãe tava ligando pra polícia e ele arrancou o celular da mão dela e fugiu", afirma.

Investigação

De acordo com o delegado Joel Wagner, responsável pelo caso, a investigação começou após duas supostas vítimas denunciarem o homem. A polícia suspeita que, em alguns casos, o homem possa ter usado violência e ameaçado as vítimas. Em outros, ele furtava objetos sem que as vítimas percebessem.

"É um cara que se passava por modelo, veste bem, é boa pinta, frequenta festas. Ele fazia as vezes de influencer, então acabava atraindo mulheres. Com umas, tinha relacionamento breve, com outras tinha um relacionamento um pouco maior. Em algumas situações, relataram empurrões, o que pode se considerar grave ameaça, e subtração de objetos, até celulares", explica o delegado.

Suspeito de aplicar o golpe foi preso preventivamente — Foto: Polícia Civil/Divulgação e Reprodução

A polícia acredita que ele possa ter feito outras vítimas. "A gente aguarda por mais vítimas, é possível que mais vítimas cheguem. Com a prisão dele, temos 10 dias para remeter o inquérito [pra Justiça]", disse.

Nas redes sociais, o homem ostentava carros de luxo, se identificava como "empresário e investidor" e afirmava ter sido vencedor de um concurso de beleza masculino.

"Cabe mencionar que esse homem estava em prisão domiciliar por crime de estupro, tendo também antecedentes por porte ilegal e associação criminosa", explica o delegado.

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