A ferramenta do Banco Central que mostra recursos "esquecidos" por clientes em instituições financeiras recebeu 102,7 milhões de consultas em uma semana. O balanço da autoridade monetária contabiliza acessos até meia-noite de domingo (20).
A maior parte das consultas foi feita por pessoas físicas (100,2 milhões). Entre elas, 21,9 milhões encontraram saldos remanescentes e 78,3 milhões não tinham recursos. Entre empresas, foram 2,6 milhões de consultas, 251,2 mil com saldo e 2,3 milhões sem valores a receber.
O acesso permite ver se há dinheiro a receber, mas não mostra o valor. No momento da consulta, o sistema gera data para que o cliente retorne ao site a fim de saber o montante e pedir devolução. As datas são geradas apenas para quem tem dinheiro no sistema.
Quem acessou o sistema e não encontrou recursos pode consultar novamente quando a autoridade monetária liberar nova etapa. O BC estima que há cerca de R$ 8 bilhões em valores a serem devolvidos, mas nesta primeira fase do serviço estão disponíveis R$ 3,9 bilhões. O acesso aos outros R$ 4,1 bilhões será liberado nas próximas etapas.
Em mensagem no site, o BC informou que novo acesso poderia ser feito a partir de 2 de maio para saber se haverá recursos a serem restituídos em "novo período de consulta". A instituição, no entanto, não confirmou a data e ressaltou que as próximas fases estão sendo reprogramadas.
A consulta não é mais feita no portal da autoridade monetária, mas em site específico (valoresareceber.bcb.gov.br). O interessado não conseguirá mais acessar pelo Registrato ou com o login do sistema do BC.
Para sacar o dinheiro, o consumidor precisa ter login nível prata ou ouro no portal do governo Gov.br. As classificações são feitas de acordo com o nível de verificação e confiabilidade dos dados informados pelo cidadão, como validação facial via aplicativo, com base na CNH ou checagem de dados via internet banking de banco credenciado.
O Sistema Valores a Receber (SVR) foi suspenso em 25 de janeiro, um dia depois do lançamento, e voltou a funcionar no último dia 14. Na época, o excesso de demanda derrubou o site do BC, que ficou mais de 24 horas fora do ar. Para resolver o problema, a autoridade monetária criou um site específico no domínio Gov.br.