O Boletim “De Olho Nas Negociações”, do Dieese, que analisou
os acordos de outubro, mostra elevação dos reajustes salariais abaixo
da inflação, por três meses seguidos. Até 5 de novembro,
13,4% ficaram abaixo do INPC. Em setembro eram 12,6%; em agosto, 7,9%.
Luiz Ribeiro, técnico do Dieese, mostra duas possibilidades para esse fato.
A primeira, o crescimento da inflação. “Não há
explicação concreta, mas a inflação teve um repique no
período, embora a economia nacional apresente bons resultados gerais”,
observa.
Outra possibilidade é o aumento no salário mínimo. “No
primeiro semestre as categorias sofrem forte influência da valorização
do mínimo. Os valores do Piso costumam ser muito próximos a ele. Quando
cresce muito, empurra os Pisos pra cima. Assim os reajustes nos primeiros meses
tiveram desempenhos positivos. A partir de agosto a valorização perdeu
ímpeto”, explica.
Reajustes - Em outubro, a variação real média
também apresentou nova queda, mas se manteve positiva - 0,75% acima do Índice
Nacional de Preços do Consumidor.
Parcelado - O percentual de negociações com
reajustes parcelados voltou a subir em outubro, após queda em setembro - quando
comparado a agosto -, atingindo 4,5% do total na data-base. Segunda maior marca após
agosto.
Ano - Até outubro, dos 15.822 reajustes salariais analisados,
78,3% foram positivos. Abaixo da inflação ficaram 5,4% e iguais, a
ela 16,4%.
Perspectiva - Para o técnico do Dieese, a tendência
é que os reajustes tenham bons resultados no próximo ano. “Pra
2023 o quadro está basicamente desenhado. Ficaremos em torno de 78% das negociações
com ganho real e cerca de 5% abaixo da inflação. A tendência
é continuar com bons resultados em 2024. Não há elementos pra
se acreditar em piora”, diz.
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