Marcha das Margaridas encontra Lula e garante compromissos

 Marcha das Margaridas encontra Lula e garante compromissos

O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo participou nesta quarta, 16, do encerramento da Marcha das Margaridas. Antes de chegar à tenda montada em frente ao Congresso Nacional, foram 6 mil quilômetros de caminhada, ao lado de mulheres vindas de todos os cantos do Brasil, do campo, das florestas, das águas e das cidades.

O SEESP foi o abre-alas de São Paulo, com sua bandeira feita especialmente para o evento, carregada pela diretora Ivonildes Ferreira. Ela considerou a experiência enriquecedora. “Essa grande mobilização de mulheres nos mostra que a nossa união é indispensável para garantir conquistas; mostra também que nós, mulheres, somos linha de frente, somos capazes de lutar por nossos direitos e construir a nossa própria história”.

Ivonildes ressalta que houve uma grande participação das entidades da Enfermagem na marcha. “As entidades da Enfermagem fazem parte do movimento popular e muitas das reivindicações assumidas pela Marcha das Margaridas são comuns ao movimento da enfermagem, como a luta por salário igual, pelo respeito às mulheres e por saúde digna, com verbas suficientes para garantir que todos tenham acesso ao Sistema Único de Saúde”.

Ao encontrarem com o presidente Lula e seus ministros, as mulheres receberam vários compromissos, entre eles a retomada do Programa Nacional de Reforma Agrária, os Quintais Produtivos, ações de combate ao feminicídio e à violência no campo e de crédito rural.

O governo devolveu um caderno com a resposta dos 27 ministérios à pauta de reivindicações que já havia sido apresentada pela organização do evento, capitaneada pela Contag – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria.

Ao falar sobre as medidas, Lula declarou: “Foram prioridades definidas por vocês, demandas que temos o prazer de atender para que as mulheres do campo, das florestas e das águas possam viver com dignidade, tendo assegurado os seus direitos civis, políticos e sociais”. 

O presidente ressaltou que “mulher não pode ser tratada como cidadã de segunda categoria. Vocês são protagonistas da história e podem fazer suas escolhas”.

Lembrando do assassinado, em 1983, da militante do campo que inspirou a marcha, Lula argumentou que “foi esse mesmo tipo de perseguição que há 40 anos tirou a nossa querida Margarida Alves, uma nordestina à frente do seu tempo. Essa mulher que foi morta a tiros na porta da sua casa por defender o básico que todo trabalhador e trabalhadora deveria ter: carteira assinada, férias, 13º, jornada de trabalho de oito horas diárias. Margarida é símbolo dessa marcha e de muitas lutas, inspiração para tantas outras mulheres que seguem resistindo e lutando por um mundo melhor, sendo, ainda vítimas de tanta violência”. 

Ao fazer um balanço de seu governo, Lula concluiu que “só faz sentido crescer, se a riqueza for distribuída”.

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