O governo federal avança na estratégia de fortalecimento da indústria,
da economia e do próprio reposicionamento do País frente ao mercado
mundial.
Oficializado segunda (22), o programa “Nova Indústria Brasil”
terá aporte de R$ 300 bilhões até 2033. O anúncio aconteceu
durante reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial. Presentes
o presidente Lula e o vice, Geraldo Alckmin, que dirige a Pasta do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços, além de outros
ministros.
O projeto visa reverter a desindustrialização, com linhas de crédito
especiais, recursos não-reembolsáveis, ações regulatórias
e de propriedade intelectual, mais política de obras e compras públicas,
a fim de incentivar o conteúdo local, estimulando o segmento
produtivo.
Economista - A Agência Sindical ouviu o
presidente do Conselho Regional de Economia, Pedro Afonso Gomes, para quem “é
um programa ambicioso que impactará amplos setores do País”.
Na avaliação do economista, “um dos pontos centrais é
gerar mais produtividade, tanto da indústria como por parte do trabalhador”.
Segundo Pedro Afonso Gomes, “o governo acerta com este programa, pois desde
os anos 1970 não havia uma iniciativa desse porte”.
Desafios - Para o dirigente, um dos desafios centrais, “é
melhorar a formação do trabalhador”. E acrescenta: “Aprimorar
a capacitação e fortalecer a área tecnológica são
caminhos pra se atingir resultados concretos.”
As linhas gerais do programa englobam metas e diretrizes ligadas à agroindústria,
complexo industrial, de saúde, infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade,
e ainda transformação digital, tecnologia e defesa.
Investimentos - Sobre o êxito do programa, Pedro Afonso
Gomes vê como determinante “o governo estar atento a questões
como tecnologia e sustentabilidade, sem perder de vista a competitividade e os investimentos
futuros”. Para o economista, “o investidor externo participará
desse processo, não como especulador, mas como investidor que mira o longo
prazo”.
Segundo o presidente do Corecon-SP, nos fatores externos, o governo deve proceder
de forma a “garantir sempre a transferência de tecnologia, jamais perdendo
a oportunidade de efetivar isso - com as contrapartidas”.
Ganhos - No que se refere ao aspecto interno, “a priorização
das compras governamentais poderá aquecer empresas que geram emprego”.
O presidente do Corecon-SP adianta: “Não só o grande empresário
ganhará. As micro e médias empresas também. Veremos como um
Real que vai pra grande empresa não gera tanto emprego como um Real que vai
pra pequena”.
Para Pedro Afonso Gomes, o projeto exigirá que o governo cumpra sua função,
o empresário construa fábrica, reforme máquinas ou compre novas
e o banco empreste. Isso, ele diz, favorecerá amplos setores, “consolidando
a política social e o desenvolvimento nacional”.
Fiesp - A Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo manifesta disposição em trabalhar com o governo
federal na implementação do plano de neoindustrialização.
Em Nota, afirma que a iniciativa do governo mostra o reconhecimento da importância
da indústria de transformação para o desenvolvimento
nacional.
MAIS - Site da Fiesp e
do Governo.
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