FESTIVAL SILÊNCIO 2016: PROGRAMAÇÃO

Page 1


FESTIVAL SILÊNCIO

EDITORIAL O Festival Silêncio é a celebração da palavra! O Festival Silêncio assume-se como um evento participativo e transdisciplinar que pretende estimular, inspirar e valorizar a criação artística, a reflexão e a participação cultural. É um incentivo à abertura a novas ideias e à imaginação coletiva. Tendo como premissa o diálogo entre diferentes expressões e saberes, a programação do festival celebra a palavra como unidade criativa, como ponto de partida para a criação, como objeto artístico e como veículo para chegar a novas narrativas. A palavra como símbolo de comunicação e de expressão representa também as relações entre os indivíduos e o mundo, entre a comunidade e a população em geral. O Festival é também uma festa local que procura criar pontes de diálogo, de expressão e de conhecimento entre todos os que habitam, visitam, se encontram ou simplesmente passam no bairro do Cais do Sodré. Por isso, ao mesmo tempo que é concebido e organizado com uma importante rede de parcerias de natureza institucional, artística e cultural, a sua realização só é possível com o envolvimento da comunidade e dos espaços habitados do bairro. Só assim, o Festival cumpre o desígnio de ser a festa da palavra e de desenvolver um programa em que

EQUIPA

FESTIVAL

SILÊNCIO

todos têm uma palavra a dizer. Esta rede de parcerias e as sinergias criadas tornam o festival um polo de visibilidade e dinamização de projetos e ideias e um ponto de encontro entre todos os participantes, visitantes e curiosos. A sexta edição do Festival Silêncio volta a celebrar a transdisciplinaridade da palavra. O Festival volta a estar na rua, nas fachadas, nas montras, nas galerias, nos cafés, nos clubes, no teatro, na praça, no jardim, para revelar a palavra através da música, cinema, literatura, exposições, poesia, teatro, performances, debates, conferências. Em 2016 o Festival Silêncio apresenta uma novidade no seu programa, que passa a integrar dois ciclos temáticos, pondo em destaque uma palavra e um autor. Partindo da palavra-conceito fronteira, o ciclo Fronteiras apresenta um conjunto de propostas que refletem sobre as diversas realidades que a própria palavra aponta. Fronteiras no plural para desdobrar os vários significados da palavra, para evocar limites territoriais e simbólicos, para refletir significados opostos e anexos: limite e transgressão, deslocamento e circulação, separação e contacto, distinção e pertença. As iniciativas deste ciclo discutem o tema através de múltiplos meios e objetos para

2016

Gonçalo Riscado: GESTÃO E PROGRAMAÇÃO | Alexandre Cortez: PROGRAMAÇÃO Marta Gamito: COORDENAÇÃO DE PROJETO E PROGRAMAÇÃO | Pedro Azevedo: PROGRAMAÇÃO MUSICAL Débora Marques: DIREÇÃO DE PRODUÇÃO | Benedita Blattmann, Teresa Pinheiro, Catarina Marques, Joana Maria Neves, Ana Rosa Figueiredo, Raquel Serra, Vinicius Lade, Sílvia Costa e Mariana Cruz: Sara Cunha:

DIREÇÃO DE COMUNICAÇÃO

| Ana Viotti, Beatriz Vasconcelos e Clara Silva:

PRODUÇÃO

CONTEÚDOS DE COMUNICAÇÃO

refletir sobre fronteiras culturais, fronteiras poéticas, fronteiras territoriais, fronteiras disciplinares. Com curadoria do poeta, tradutor e ensaísta Manuel Portela, o ciclo Ana Hatherly: Anagrama da Escrita celebra a obra da autora enquanto reflete sobre as possibilidades materiais e conceptuais da palavra. Fá-lo a partir de uma noção multiforme de escrita, que interroga a nossa relação com os signos. Entendendo a criação como ato lúdico de descoberta e de experimentação, a obra de Ana Hatherly interpela-nos através da inscrição reiterada de inúmeros gestos, atos, signos e formas da escrita. As iniciativas deste ciclo de programação constituem um testemunho dessa interpelação. Bem-vindos à Festa da Palavra!

Í N D I C E 03

CICLO ANA HATHERLY: ANAGRAMAS DA ESCRITA

07

CICLO FRONTEIRAS

11

RESIDÊNCIA ARTÍSTICA

13

EXPOSIÇÃO

15

PERFORMANCES

19

CINEMA

21

CONVERSAS

23

OFICINAS E PASSATEMPOS

25

INFANTIL

27

MÚSICA


ANA HATHERLY (1929-2015): ANAGRAMAS DA ESCRITA Com curadoria de Manuel Portela, este ciclo de programação pretende celebrar e dar a conhecer a obra de Ana Hatherly nas suas várias vertentes. Fá-lo a partir de uma noção multiforme de escrita, que interroga a nossa relação com os signos. Entendendo a criação como ato lúdico de descoberta e de experimentação, a sua obra interpela-nos através da inscrição de inúmeros gestos, atos, signos e formas da escrita. A programação deste ciclo pretende ser uma justa testemunha dessa interpelação.

A MÃO

INTELIGENTE MANUEL PORTELA, CURADOR De toda a obra de Ana Hatherly – poesia, ficção, ensaio, tradução, performance, cinema e artes plásticas – se poderia dizer que manifesta o movimento inteligente da mão. O desejo profundo do artista é entregar-se à inteligência da mão, a esse sistema cognitivo expandido, apenas parcialmente consciente, que o seu corpo explora na relação com a matéria. Com a matéria da experiência do mundo e com a matéria dos signos com que tenta dizer a experiência do mundo. Na mútua imbricação da mão e da escrita, a matéria do mundo e a matéria dos signos podem encontrar-se. Através das inscrições da mão, da mecânica fina dos seus movimentos musculares, o sujeito torna-se capaz de enfrentar a linguagem. De inventar-se através do gesto impensado da mão. No traço quase originário – quase fonte da linguagem e quase fonte da poesia – emerge o desenho da escrita. É nessa forja, onde a forma surge a partir do traço da mão, que a sua obra poética e pictórica se situa. Uma e outra parecem nunca abandonar o momento inicial da criação em que o branco e o negro se constituem mutuamente. Ao inscrever-se gestual e gestalticamente na superfície do papel, a mão interroga o enigma da escrita. Da escrita que, escrevendo-se, me escreve. A inteligência autocaligráfica da mão dá-nos testemunho da transição entre legível e ilegível, entre visível e invisível. Vemos a palavra tomar forma. Ouvimo-la. Vemo-nos a ler. “O que é a escrita?”, “O que é a palavra?”, “O que é a leitura?”, perguntam as inscrições iterativamente. A mão sabe sempre mais do que eu. E no excesso significante e silencioso do traço, emerge também o sujeito escondido na escrita. Escondido na pura potencialidade do traço como desejo de ser e de inventar.

02 03


C

I

C

L

O

a n a g r a m a s

A d a

N

A

H

A

T

H

E

R

L

Y:

e s c r i t a

PINTURA DE

SIGNOS EXPOSIÇÃO CURADORIA FERNANDO AGUIAR ARTISTA ANA HATHERLY

As várias facetas da obra de Ana Hatherly, da literária à fílmica, são exploradas em “Pintura de Signos”, com curadoria do artista plástico e poeta Fernando Aguiar. A exposição é composta por uma mostra bibliográfica de Hatherly, para quem a escrita era uma “pintura de signos”, acompanhada por uma seleção de desenhos, textos visuais e por filmes da sua autoria. 30 DE JUNHO A 15 DE OUTUBRO, NA SALA DOS CORREIOS DA FUNDAÇÃO PORTUGUESA DAS COMUNICAÇÕES (RUA DO INSTITUTO INDUSTRIAL, 16) · DE SEGUNDA A SEXTA, DAS 10H00 ÀS 20H00, SÁBADOS E DOMINGOS DAS 14H00 ÀS 20H00 · INAUGURAÇÃO NA QUINTA, 30 DE JUNHO, ÀS 18H00

REANAGRAMAS EXPOSIÇÃO CURADORIA FERNANDO AGUIAR ARTISTAS EMERENCIANO, HUGO PONTES, ANTÓNIO BARROS, JOSÉ OLIVEIRA, BRUNO NEIVA, ANTERO DE ALDA, IRENE BUARQUE, RUI TORRES, JOSÉ-ALBERTO MARQUES, ALMEIDA E SOUSA, TIAGO GOMES, ANTÓNIO DANTAS, ANTÓNIO NELOS, JORGE DOS REIS, AVELINO ROCHA, FERNANDO AGUIAR, PABLO DEL BARCO

Artistas e poetas recriam obras de Ana Hatherly em resposta ao desafio lançado pelo Festival Silêncio. O resultado, em vários suportes e técnicas, está reunido na exposição colectiva “ReAnagramas” que, tal como num anagrama, subverte o seu trabalho e interpreta-o de diferentes maneiras. 30 DE JUNHO A 22 DE JULHO, DAS 14H00 ÀS 20H00, NA GALERIA BOAVISTA (RUA DA BOAVISTA, 50) INAUGURAÇÃO NA QUINTA, 30 DE JUNHO, ÀS 19H00

RE-AH LEITURA DE REINVENÇÃO OU A RELEITURA DA INVENÇÃO EXPOSIÇÃO . INSTALAÇÃO AUTORIA PROJECTO CANDONGA ARTISTAS BRUNO MINISTRO E LILIANA VASQUES

Uma página trabalhada visualmente pode ser poesia? Um áudio ou um vídeo podem ser poesia? Será também poesia o que é reproduzido por um gerador automático de texto? Não ler é ler? Várias questões se colocam nesta instalação de Bruno Ministro e Liliana Vasques, do projeto Candonga, que parte da releitura e reinvenção da poesia de Ana Hatherly em suportes que vão do papel ao digital. 30 DE JUNHO A 22 DE JULHO, DAS 14H00 ÀS 20H00, NA GALERIA BOAVISTA (RUA DA BOAVISTA, 50 INAUGURAÇÃO NA QUINTA, 30 DE JUNHO, ÀS 19H00


C

I

C

L

O

A

N

A

H

A

T

a n a g r a m a s

H

E d a

R

L

Y:

e s c r i t a

ANA HATHERLY:

CALCULADORA DE IMPROBABILIDADES CONVERSA AUTORIA SANDRA GUERREIRO DIAS, JORGE DOS REIS, FERNANDO AGUIAR, MARIA DO CARMO SEQUEIRA MODERADOR RUI TORRES

Ana Hatherly descrevia o artista como um “calculador de improbabilidades”, alguém que inventa formas inesperadas e não redundantes e que vê a descoberta como uma das finalidades da experimentação artística. Nesta mesa-redonda, que conta com a participação de Sandra Guerreiro Dias, Jorge dos Reis, Fernando Aguiar e Maria do Carmo Sequeira, reflete-se sobre a improbabilidade e singularidade da sua obra, em articulação com os vários meios e formas: palavra e imagem, escrita e desenho, pintura e literatura, escrita e cinema, teoria e criação, poesia e ensaio, poesia e narrativa, poesia e performance. SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 18H30, NA SALA POLIVALENTE DA FUNDAÇÃO PORTUGUESA DAS COMUNICAÇÕES (RUA DO INSTITUTO INDUSTRIAL, 16) · DURAÇÃO 120 MINUTOS

A MÃO

INTELIGENTE CINEMA . DOCUMENTÁRIO AUTORIA LUÍS ALVES DE MATOS

O documentário de 2002, da autoria de Luís Alves de Matos, percorre, ao longo de 50 minutos, os 40 anos da obra visual de Ana Hatherly, da poesia à pintura, do desenho ao cinema. No filme, a própria artista revisita o seu percurso criativo. A sessão inaugural será apresentada pelo próprio realizador. SÁBADO, 02 DE JULHO, COM APRESENTAÇÃO DO REALIZADOR, ÀS 15H00 E DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 17H00 SALA POLIVALENTE DA FUNDAÇÃO PORTUGUESA DAS COMUNICAÇÕES (RUA DO INSTITUTO INDUSTRIAL, 16) DURAÇÃO 50 MINUTOS

O CORPO COMO SUPORTE: LEITURAS DE ANA HATHERLY A prática sígnica que carateriza o ato de escrita na obra de Ana Hatherly estende-se à linguagem da arte da performance. O texto torna-se operação: voz, gesto, movimento, corpo, objeto, luz, espaço, tempo, coreografia. Partindo da obra de Ana Hatherly e da ideia do corpo como suporte, esta sessão integra duas performances da autoria dos artistas André Gomes e Susana Mendes Silva.

ACTO DE ESCREVER

ANA PERFORMANCE AUTORIA SUSANA MENDES SILVA

PERFORMANCE

“Acto de Escrever” é uma performance que surge das Tisanas de Ana Hatherly para transformar o texto num ato poético.

“Ana” é uma performance que parte de objetos pessoais que Ana Hatherly ofereceu a Susana Mendes Silva. Estes não são apenas “coisas” mas antes veículos para ligações improváveis à volta da obra e da personalidade fascinante e misteriosa de Hatherly.

SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 17H00, NA RUA DAS GAIVOTAS 6 DURAÇÃO 25 MINUTOS

SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 17H30, NA RUA DAS GAIVOTAS 6 DURAÇÃO 25 MINUTOS

AUTORIA ANDRÉ GOMES

04 05


C

I

C

L

O

a n a g r a m a s

A d a

N

A

H

A

T

H

E

R

L

Y:

e s c r i t a

a n d a r

[CAIS DO SODRÉ] PERFORMANCE . DANÇA COORDENAÇÃO ARTÍSTICA ALDARA BIZARRO | ESPETÁCULO COMUNITÁRIO

a n d a r [cais do sodré] é uma iniciativa do Festival Silêncio que reúne a coreografia e a poesia procurando uma relação de proximidade entre o trabalho de Ana Hatherly e os habitantes do Cais do Sodré. O ponto de partida: Ana Hatherly, a poesia das palavras, poesia das ideias e a poesia do andar. Ao longo de duas semanas, a comunidade do Cais do Sodré e da freguesia da Misericórdia, em conjunto com artistas profissionais e com a coreógrafa, foram desafiados a criarem uma obra com identidade própria. O resultado: uma performance que explora novas semânticas para as palavras. Este é um espetáculo comunitário com a participação dos habitantes e comunidade local e teve o apoio da Junta de Freguesia local. A coordenação artística do espetáculo é da coreógrafa Aldara Bizarro, em colaboração com a artista plástica Leonor Pêgo e o músico Nuno Cintrão. SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 17H00 E DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 15H00, NA SALA DOS AZULEJOS DA FUNDAÇÃO PORTUGUESA DAS COMUNICAÇÕES (RUA DO INSTITUTO INDUSTRIAL, 16) · DURAÇÃO 50 MINUTOS

A EXPERIÊNCIA DO PRODÍGIO: LEITURAS DE ANA HATHERLY PERFORMANCE AUTORIA AMÉRICO RODRIGUES E JOSÉ NEVES

Américo Rodrigues e José Neves protagonizam este jogo de leituras a duas vozes de diferentes textos de Ana Hatherly. Muitos deles colocam desafios à própria leitura, obrigando-nos a decifrar os percursos labirínticos e enigmáticos da escrita para além da transparência das convenções. A tensão entre visibilidade e legibilidade, essencial para a dinâmica dos seus textos caligráficos, é uma das operações materiais que torna possível experimentar o prodígio da leitura. DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 16H00, NA GALERIA BOAVISTA (RUA DA BOAVISTA, 50) · DURAÇÃO 60 MINUTOS


CICLO FRONTEIRAS O ciclo Fronteiras parte do conceito de fronteira, para apresentar um conjunto de propostas que desafiam as diversas realidades que a própria palavra aponta, evocando os limites territoriais e simbólicos; reflectindo sobre significados opostos e anexos: limite e transgressão, deslocamento e circulação, separação e contato, distinção e pertença.

CICLO DE CONFERÊNCIAS

FRONTEIRAS, UMA PALAVRA VALE MAIS QUE MIL IMAGENS

FRONTEIRAS GLOBAIS E LOCAIS:

CONVERSAS . CONFERÊNCIA POR JOSÉ GOULÃO

Aqui, em Lisboa, estamos numa das fronteiras históricas e culturais da Europa, onde espaços, pessoas e culturas se movimentaram para dentro e para fora, se misturaram, se confrontaram, inventaram as suas formas ao longo dos anos. Mas o significado de “fronteira” está a passar por uma transformação radical, que destabiliza as nossas representações do mundo, a nossa perceção de identidade, a nossa definição de paz e conflito. Com a ajuda de alguns mapas e narrativas e pondo em destaque, alternadamente, o local (europeu) e o global (e globalizado), esta conferência tenta mostrar o que as fronteiras eram e no que se estão a tornar para aqueles que vivem dentro e entre elas. Conferência organizada com a parceria do Grupo LOCUS, do Centro de Estudos Comparatistas (Universidade de Lisboa).

Uma reflexão sobre a palavra fronteiras, uma palavra que não cabe no dicionário de qualquer língua, tantos são os significados; palavra que não se confina aos quatro elementos nem às três dimensões, material e imaterial; abunda em nós mesmos, na relação com o outro: iguais na diversidade, diferentes na igualdade; palavra que separa o finito do infinito, aparta a primeira de todas as fronteiras, a da vida, da última, a da morte. Fronteiras que tanto podem abrir espaço de liberdade quando são eliminadas, como podem significar privação de liberdade e o convívio desesperado com a morte ao banir a sua criação.

SÁBADO, 02 DE JULHO, 18H30, NO LARGO DE SÃO PAULO · DURAÇÃO 90 MINUTOS

SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 18H30, NO LARGO DE SÃO PAULO · DURAÇÃO 90 MINUTOS

DA GUERRA À PAZ E RETORNO? CONVERSAS . CONFERÊNCIA POR ÉTIENNE BALIBAR APRESENTAÇÃO JOSÉ NEVES

OSMOSE CONVERSAS . CONFERÊNCIA

será o sol xirando no meu peito todo un sistema de galaxias no corazón

POR CHUS PATO

A escritora e ativista galega Chus Pato, uma das principais vozes da poesia contemporânea internacional, é a protagonista de uma conferência que relaciona o seu trabalho com a temática Fronteiras. Sem recorrer às fórmulas líricas convencionais, Chus Pato traz uma poesia inovadora que aqui se divide também em seis fronteiras e em seis poemas que serão declamados: o paraíso; significante / significação; voz/ o que é mudo; os que têm nome / os que carecem dele; a melodia / o conceito e, por fim, a pele. Conferência organizada com a parceria do Grupo LOCUS, do Centro de Estudos Comparatistas (Universidade de Lisboa).

levarei a túa capa de azucena silvestre, de martagón de lirio silvestre e dime agora, onde está Kiel? a miña viaxe co sangue xa sabes qué facer, non vaia ser que a ganancia sexa a eternidade ao prezo de Creón, é dicir, da beira masculina da estirpe, ou que enlees para sempre o corpo en adiviñas que sexan destrución para a cidade –unha destrución que nin sequera te pertence–. Sitúate máis ben na beira escura, da que non brilla no solsticio. (De M-TALÁ)

DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 18H30, NO LARGO DE SÃO PAULO DURAÇÃO 90 MINUTOS

06 07


C

I

C

L

O

F

R

O

N

T

E

I

R

A

S

CICLO DOCUMENTOS CINEMA . DOCUMENTÁRIO CURADORIA JOSÉ GOULÃO

Este ciclo é o resultado de um desafio que o Festival Silêncio propôs a José Goulão: selecionar três documentários que abordassem a temática Fronteiras. Os três filmes selecionados - “Pára-me de repente o pensamento” (2014), “Lisboetas” (2006) e “Ar(t)menians”(2014) - são o ponto de partida para a conferência “Fronteiras: uma palavra vale mais que mil imagens” (página 7).

“PÁRA-ME DE REPENTE O PENSAMENTO” (2014)

“LISBOETAS” (2006)

de Jorge Pelicano

As fronteiras em carne viva, o encontro entre os que vêm do lado de lá das fronteiras físicas com os que estão do lado de cá e como essas fronteiras se desenvolvem em muitas outras – língua, cultura, hábitos, religiões, preconceitos, cor da pele – antes de eventualmente começarem a desvanecer-se, caminho que tem a dúvida sempre como fronteira.

de Sérgio Tréfaut

As fronteiras dentro de nós partindo da mais incerta e também a mais volátil, entre a lucidez e a loucura. O ator vivendo em ambos os lados, lúcido como homem, louco como personagem, a indefinição sobre a realidade do seu estado. SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 16H00, N’O BOM, O MAU E O VILÃO (RUA DO ALECRIM, 21) · DURAÇÃO 98 MINUTOS

SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 16H00, N’O BOM, O MAU E O VILÃO (RUA DO ALECRIM, 21) · DURAÇÃO 105 MINUTOS

COMPOTA FRONTEIRAS FLASH PERFORMANCES PERFORMANCE . DANÇA AUTORIA PROJETO COMPOTA

© ABUSCKA

O projeto Compota, que cruza dança, música, vídeo, cenografia, artes circenses e até gastronomia, organiza uma open-call no âmbito do Festival Silêncio. A audição, aberta ao público, desafia os candidatos a apresentarem um set de, no máximo, três minutos, subordinado ao tema Fronteiras. No fim deste espetáculo informal, a plateia também é convidada a trocar ideias sobre o tema. Compota® é um projeto de improvisação multidisciplinar cujos objetivos são o contínuo cruzamento de diferentes disciplinas artísticas, o trabalho colaborativo e a estimulação multissensorial para todos os participantes, promovido pela sentidosilimitados, com direção artística de Paula Pinto. SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 21H00, NA RUA DAS GAIVOTAS 6 DURAÇÃO 90 MINUTOS

“AR(T)MENIANS” (2014) de Ricardo Espírito Santo A diáspora e as suas muitas fronteiras emergindo do banimento de fronteiras nacionais. O genocídio arménio às mãos de turcos, evocado num tempo em que a ameaça paira sobre comunidades curdas, às mesmas mãos, ou ferindo palestinianos e saharaui, respetivamente às mãos de israelitas e marroquinos. DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 16H00, N’O BOM, O MAU E O VILÃO (RUA DO ALECRIM, 21) · DURAÇÃO 130 MINUTOS

CABARET

VOLTAGEM PERFORMANCE AUTORIA BRUNO MINISTRO, NUNO MIGUEL NEVES E TIAGO SCHWÄBL

A efeméride dos cem anos do Cabaret Voltagem é apenas um dos pretextos para este festejo retro-gagá, que resulta de uma residência artística no Salão Brazil, em Coimbra, entre janeiro e março deste ano, e que chega ao Silêncio numa segunda versão da performance, reformulada e recriada. O evento conta com a presença do poeta Borg, um convidado espacial, até porque é aqui que o ar se cobre de nuvens de… falta de ar. Microfonices e freakalhices poéticas em declarada homenagem e deturpação do sinal. SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 22H30, N’O BOM, O MAU E O VILÃO (RUA DO ALECRIM, 21) · DURAÇÃO 40 MINUTOS


C

I

C

L

O

F

R

O

N

T

E

I

R

A

S

IN VITRO EXPOSIÇÕES . ILUSTRAÇÃO AUTORIA COLETIVO DE ILUSTRADORES DA ESCOLA MART COORDENAÇÃO NUNO SARAIVA

© CÉU GUARDA

Dos Jogos Sem Fronteiras de Eládio Clímaco e Ana Zannati, às fronteiras invisíveis do Tibete, do drama dos refugiados às divisórias da paixão, o coletivo de ilustradores composto por alunos e professores da escola MArt, coordenado por Nuno Saraiva, ocupa as montras de lojas, bares e restaurantes da Praça de São Paulo na quinta, 30 de junho, para uma instalação coletiva que parte de várias ideias à volta do conceito de fronteira. Apoio à produção de Reymon / Uniball Portugal. INTERVENÇÕES NA QUINTA, 30 DE JUNHO, DAS 12H00 ÀS 19H00, MONTRAS DO LARGO DE SÃO PAULO QUINTA, 30 DE JUNHO A DOMINGO, 03 DE JULHO, EXPOSIÇÃO EM PERMANÊNCIA NAS MONTRAS DO LARGO DE SÃO PAULO

APARTAMENTOS EXPOSIÇÕES . FOTOGRAFIA . POESIA CURADORIA ÁGATA XAVIER E DIOGO VAZ PINTO FOTÓGRAFOS ÁGATA XAVIER, BRUNO SIMÕES CASTANHEIRAS, CÉU GUARDA, HELENA GONÇALVES, LUÍS MILEU, LUÍSA FERREIRA, MARTIM RAMOS, PAULIANA VALENTE PIMENTEL, RODRIGO CABRITA E VERA MARMELO POETAS ANDREIA FARIA, ANTÓNIO AMARAL TAVARES, DIOGO VAZ PINTO, ELISABETE MARQUES, GOLGONA ANGHEL, JÚLIA DE CARVALHO HANSEN, LAURA LIUZZI, MIGUEL ALEXANDRE MARQUEZ, NUNES DA ROCHA E PÁDUA FERNANDES

A palavra apartamento fala à distância que se cria num espaço comum impondo um corte, uma fronteira entre intimidades. O apartamento é um espaço isolado e pessoal, mas numa vizinhança que forma um todo. Vinte pessoas avizinham-se nesta exposição. Aos pares, dez fotógrafos e dez poetas trocam senhas, partilham o elevador, traduzem o olhar por palavras num e noutro sentido, cruzando o Silêncio e as Fronteiras. O nosso convite é uma chave que garante a entrada numa reunião de condóminos única e irrepetível.

© VIOLETA SANTOS-MOURA

© EUNICE ARTUR

QUINTA, 30 DE JUNHO A DOMINGO, 03 DE JULHO, DAS 14H00 ÀS 20H00, NO BV90 (RUA DA BOAVISTA, 90) INAUGURAÇÃO NA QUINTA, 30 DE JUNHO, ÀS 18H00

ENTRE GUERRAS EXPOSIÇÕES . INSTALAÇÃO

VIAGEM SEM FRONTEIRAS MÚSICA

AUTORIA VIOLETA SANTOS-MOURA

ARTISTA MALENGA

“Entre Guerras” é o nome da série de imagens captadas pela fotojornalista portuguesa Violeta SantosMoura no enclave Palestiniano da Faixa de Gaza, um pequeno território encurralado entre consecutivas ofensivas militares israelitas. O cerco israelita ao enclave dura há nove anos e os habitantes de Gaza já sobreviveram a três guerras num espaço de seis anos. Em 2014, a última ofensiva militar israelita contra o Hamas foi a mais sangrenta, fazendo 2200 mortos, a maior parte civis palestinianos. Esta instalação de vídeo com imagens em loop captadas pela fotojornalista freelancer retrata a paisagem física e humana em Gaza, nos períodos de tempo de uma calma relativa, entre a última guerra e a próxima.

Música e gastronomia unem-se para uma viagem longínqua onde não vai precisar de passaporte. Na petiscaria A Viagem, o menu exótico acompanha o desafio lançado aos músicos e passa por vários continentes e sonoridades, de África à América Latina, da Grécia à Ásia, como nos tempos em que ao Cais do Sodré chegavam marinheiros vindos de portos espalhados pelo mundo.

QUINTA, 30 DE JUNHO A DOMINGO, 03 DE JULHO, DAS 14H00 ÀS 20H00, NO BV90 (RUA DA BOAVISTA, 90) INAUGURAÇÃO NA QUINTA, 30 DE JUNHO, ÀS 18H00

SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 20H00 N’A VIAGEM – PETISCARIA E BAR (TRAVESSA DA RIBEIRA NOVA, 30)

08 09


C

I

C

L

O

F

R

O

N

T

E

I

R

A

S

CICLO

AS FRONTEIRAS DO CINEMA CINEMA CURADORIA AMÂNDIO REIS, FILIPA ROSÁRIO, JOSÉ BÉRTOLO, RITA BENIS

Este ciclo reúne quatro filmes que se enquadram na ideia de fronteira. Fronteiras que ou delimitam espaços físicos e imateriais ou que estabelecem limiares, por exemplo, entre as imagens e a palavra, entre a vida e a morte. É transversal a todos eles a ideia da instabilidade que leva à transgressão dos limites convencionais e de que, afinal, uma fronteira pode unir mais do que separar. O ciclo insere-se na investigação desenvolvida no âmbito do projeto “O Cinema e o Mundo – Estudos Sobre Espaço e Cinema”, um projeto de investigação sedeado no Centro de Estudos Comparatistas (grupo THELEME), dedicado à relação entre o cinema e o espaço nas suas dimensões estética, filosófica, histórica e política.

SESSÕES ODETE (2005), de João Pedro Rodrigues QUINTA, 30 DE JUNHO, ÀS 15H00, NO POLO CULTURAL GAIVOTAS | BOAVISTA (RUA DAS GAIVOTAS, 8) DURAÇÃO 97 MINUTOS

BRANCA DE NEVE (2000), de João César Monteiro SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 15H00, NO POLO CULTURAL GAIVOTAS | BOAVISTA (RUA DAS GAIVOTAS, 8) DURAÇÃO 75 MINUTOS

ISTO NÃO É UM FILME (2011), de e Jafar Panahi e Motjaba Mirtahmasb SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 15H00, NO POLO CULTURAL GAIVOTAS | BOAVISTA (RUA DAS GAIVOTAS, 8) DURAÇÃO 75 MINUTOS

O CONTEMPORÂNEO

VIVE NAS FRONTEIRAS

O TIO BOONMEE QUE SE LEMBRA DAS SUAS VIDAS ANTERIORES (2010), de Apichatpong Weerasethakul DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 15H00, NO POLO CULTURAL GAIVOTAS | BOAVISTA (RUA DAS GAIVOTAS, 8) DURAÇÃO 114 MINUTOS

CONVERSAS AUTORIA RAQUEL RIBEIRO, SANTIAGO PÉREZ ISASI, SÍLVIA QUINTEIRO, RITA BALEIRO E PAOLA D’AGOSTINO MODERADORA SUSANA ARAÚJO

“O contemporâneo vive nas fronteiras”, diz a escritora Chus Pato, e é a partir desta frase que vários investigadores do Grupo LOCUS, do Centro de Estudos Comparatistas (Universidade de Lisboa), se reúnem para debater o conceito de fronteira, física ou psicológica, geográfica ou ideológica. Discute-se também o impacto de processos fronteiriços passados nos dias que correm e a criação de fronteiras futuras. SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 16H30, NA BIBLIOTECA DA ORDEM DOS ARQUITETOS (TRAVESSA DO CARVALHO, 23)

CONTOS

POESIA DAS FRONTEIRAS PERFORMANCE . SPOKEN WORD

SEM FRONTEIRAS PERFORMANCE . CONTOS POR CONTABANDISTAS DE ESTÓRIAS

Na abertura do ciclo Poesia e Música, o Festival Silêncio traz ao palco da Rua Cor de Rosa, 20 declamadores, poetas, performers e amantes da palavra dita para poemas que se relacionem com o tema “Fronteiras”.

As histórias dão a volta ao mundo e, nas marés dessas muitas viagens, vão ganhando novas roupagens, ao sabor das origens de cada versão e da voz que as conta. No final da viagem sabemos que, independentemente de tudo, partilhamos o mundo, encontramos conexões e mitos comuns, partilhamos ansiedades e alegrias. Porque uma boa história aproxima-nos, mais do que nos separa, envolvendo-nos na partilha, no encontro das semelhanças e na vontade de aprender. Nesta performance a única fronteira é a da imaginação, explorada, alimentada e partilhada até ao limite pelas vozes dos Contabandistas de Estórias. As histórias não sabem o que são fronteiras!

QUINTA, 30 DE JUNHO, ÀS 18H30, NO PALCO RUA ROSA

DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 22H00, NO CAFÉ TATI (RUA DA RIBEIRA NOVA, 36)

ARTISTAS FRANCISCO ROSA, PAULA CORTES, LUÍS SERRA SANTOS, FILIPE HOMEM FONSECA, DOMINGOS GOMES, JOAQUIM PAULO NOGUEIRA, CATARINA AIDOS, DANIEL DA ROCHA LEITE, ISABEL NOGUEIRA, JOANA AVI-LORIE, LEO LEONEL, LUÍS CARMELO, MANUEL CINTRA, MC SANTIAGO, NUNO MIGUEL GUEDES, PAOLA D’AGOSTINO, RINI LUYKS, JOAQUIM PAULO NOGUEIRA


ARTISTAS EM RESIDÊNCIA DANIEL JONAS Literatura, poesia “Nó”, editado em 2014 pela Assírio & Alvim, valeu a Daniel Jonas o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes. O poeta, tradutor e dramaturgo do Porto já tinha sido premiado com o Prémio PEN de Poesia por outro livro de sonetos, “Sonótono”, de 2007. É mestre em Teoria da Literatura pela Universidade de Lisboa, com uma dissertação sobre o poeta inglês John Milton, da qual resultou a tradução de “Paradise Lost – Paraíso Perdido”, em 2006. Em 2013 foi um dos sete candidatos ao Poeta Europeu da Liberdade, atribuído de dois em dois anos no Festival de Poesia de Gdansk.

MARTA BERNARDES Artes Visuais, performance, sound art, poesia experimental, teoria

RESIDÊNCIA

CASA-PALAVRA Olhemos para a relação entre linguagem e pensamento. “As palavras”, escreve Bachelard em A Poética do Espaço – são casas “com porão e sótão. O sentido comum reside no rés-dochão, sempre pronto para o ‘comércio exterior’, no mesmo nível do outro, desse transeunte que nunca é um sonhador”. A linguagem é, de facto, dupla, e a palavra comércio é aqui relevante. Há, sem dúvida, palavras de que necessitamos para um comércio exterior, de sobrevivência, comércio de cidade. A Bachelard agrada a imagem das palavras enquanto casas, com vários pisos: “Subir a escada na casa da palavra é, de degrau em degrau, abstrair. Descer ao porão é sonhar.” O tratamento da linguagem - ou do raciocínio - deve considerar o desnivelamento do corpo (do utilizador da linguagem). Devemos olhar para a linguagem como se olha para um objecto – para uma mesa, por exemplo - e ver, por vezes, a linguagem de baixo para cima, de modo respeitoso, de cima para baixo, de modo altivo; observar depois um perfil da palavra, depois o outro; ver os sapatos da palavra e o seu chapéu, a sua nuca e o seu rosto. Porque pensar também é mudar de posição relativamente à própria linguagem. Não olhar sempre da mesma maneira para as palavras.

TAVARES, GONÇALO M. 2013. “Atlas do Corpo e da Imaginação”, LISBOA: CAMINHO, 45 O Festival Silêncio, em parceria com a Casa Fernando Pessoa e a Fundação José Saramago, lançou a proposta a um grupo de quatro artistas e intérpretes de diferentes disciplinas artísticas: habitarem um apartamento durante duas semanas e transformá-lo em casa-palavra, uma residência multidisciplinar, uma casa partilhada que convida à colaboração e ao diálogo artístico. Daniel Jonas, Marta Bernardes, Miguel Bonneville e Rui Silveira aceitaram o desafio. Tendo como ponto de partida o fragmento “casa-palavra” do escritor Gonçalo M. Tavares, a casa, em pleno Cais do Sodré, torna-se espaço comum desencadeador de processos e exercícios criativos imprevistos. Pretende-se potenciar um trabalho de reflexão colaborativa que resulte na criação de uma obra ou de um espetáculo original, individual ou coletivo. Da Residência Casa-Palavra sairá um livro de artista a quatro mãos, que será simultaneamente um objeto artístico e um registo gráfico do processo de pesquisa e de criação comum. Durante o festival, entre os dias 1 e 3 de julho, os artistas abrem a casa ao público. Estamos todos convidados para visitarmos os artistas em casa e para assistirmos a apresentações e a encontros informais que são parte de processos criativos em curso. O que nos espera na casa-palavra só saberemos quando entrarmos no 3º D do nº 46 da Rua da Boavista. Não é preciso bater à porta.

Nasceu no Porto e licenciou-se em Artes Plásticas na Faculdade de Belas Artes do Porto, onde chegou a dar aulas, entre 2010 e 2012. Aprofundou os seus estudos de artes visuais e multimédia na École Supérieure de Beaux-Arts de Paris e, em 2008, completou um mestrado em Psicanálise e Filosofia da Cultura, na Universidad Complutense de Madrid. Desde 2005 que apresenta um trabalho plástico e audiovisual, por exemplo, com peças de carácter performativo teatro-musicais, tanto a solo como de forma colaborativa.

MIGUEL BONNEVILLE Artes Visuais, Performance Quer através de performances, desenhos, fotografias, música ou livros de artista, Miguel Bonneville, natural do Porto, apresenta-nos histórias autobiográficas, focadas na desconstrução e reconstrução da identidade. Alguns dos seus trabalhos, como o projeto de performance homónimo ou como “A Importância de Ser…”, foram apresentados em várias partes do mundo. O ano passado, foi distinguido com o prémio da rede Ex Aequo, pelas performances “Medo e Feminismos”, em colaboração com Maria Gil, e “A Importância de ser Simone de Beauvoir”.

RUI SILVEIRA Design, videoarte De Campo Maior, Rui Silveira completou o mestrado em Design de Comunicação e Novos Media na Faculdade de Belas Artes, em Lisboa, onde também frequentou a Maumaus - Escola de Artes Visuais. Exerce actividade como designer e realizador. Os seus trabalhos exploram o modo como o espaço construído afecta o comportamento do homem e chegaram ao festival Doclisboa, Les Rencontres Internationales, em Paris, e à Semana da Crítica, em Cannes.

A Residência Casa-Palavra tem o apoio do Polo Cultural Gaivotas | Boavista. DURANTE O FESTIVAL, ENTRE SEXTA, 01 DE JULHO, E DOMINGO, 03 DE JULHO, DAS 17H00 ÀS 18H00, A “CASA-PALAVRA” ESTARÁ ABERTA AO PÚBLICO NA RUA DA BOAVISTA, 46, 3ºD

10 11


ANA HATHERLY No Jardim das Hespérides 20,9X14,8CM | 31.12.1995


E X P O S I Ç Õ E S

PALAVRAS

À JANELA EXPOSIÇÃO . INSTALAÇÃO AUTORES MORADORES CAIS DO SODRÉ

Palavras à Janela é uma instalação participativa em que todos têm uma palavra a dizer. Palavras penduradas nas janelas, nas varandas e varandins do Cais do Sodré transformam-se numa obra coletiva, cujo impacto é uma manifestação narrativa e visual das ideias, pensamentos, gostos e imaginário coletivo do Cais do Sodré. Nas janelas pendura-se roupa a secar. Há quem tenha vasos de flores. Mas janelas e varandas são também telas em branco para a expressão. Este ano, o Festival Silêncio voltou a lançar o desafio aos moradores e habitantes do Cais do Sodré para ocuparem as suas janelas com palavras e frases. A comunidade aceitou o convite e, durante os quatro dias de festival, janelas, varandas e varandins do bairro apresentam uma instalação que parte da partilha, da vontade e do diálogo entre os moradores e a cidade. Instalações isoladas ou obras do esforço dos inquilinos do prédio constroem um percurso pelas ideias, pensamentos, gostos e imaginário da freguesia. EM PERMANÊNCIA, NAS JANELAS E VARANDAS DO CAIS DO SODRÉ

CONFESSIONÁRIO EXPOSIÇÃO . INSTALAÇÃO ORGANIZAÇÃO ARQUIVO DOS DIÁRIOS | INSTALAÇÃO COLETIVA, ABERTA À PARTICIPAÇÃO DO PÚBLICO

Entre amigos não há segredos, diz o provérbio, mas e se desta vez desabafar com desconhecidos? No Confessionário, uma instalação em construção que convida todos os que passam a entrar e partilhar, de forma anónima, as suas confissões, contam-se os maiores segredos a estranhos. Imaginam-se histórias através dos rela-

tos e, às tantas, o segredo, de tanto ser lido, já vai andar nas bocas do mundo e as paredes do espaço transformam-se em páginas ampliadas de um diário coletivo. O Confessionário resulta de uma parceria entre o Silêncio e a associação sem fins lucrativos Arquivo dos Diários, com sede na Biblioteca de São Lázaro.

EM PERMANÊNCIA, DAS 14H00 ÀS 22H00, NA TRAVESSA DA RIBEIRA NOVA, 3

COMPLETAR EXPOSIÇÃO . INSTALAÇÃO

© EUNICE ARTUR

PARTICIPANTES INSTALAÇÃO COLETIVA, ABERTA À PARTICIPAÇÃO DO PÚBLICO

Troca, tira, põe e faz o texto crescer. Completar é uma história em construção. Se quem conta um conto acrescenta um ponto, aqui quem acrescenta um ponto conta um novo conto. O átrio da cafetaria da Fundação Portuguesa das Comunicações transforma-se num caderno de linhas suspenso onde as histórias são escritas por todos os que tiverem uma ideia para acrescentar... ou editar. O texto é livre, o tema é livre, as possibilidades são infinitas. Mas há uma regra: só podemos usar certas palavras: as palavras preferidas dos habitantes e visitantes do Cais do Sodré. EM PERMANÊNCIA, NA FUNDAÇÃO PORTUGUESA DAS COMUNICAÇÕES (RUA DO INDUSTRIAL, 16) QUINTA, 30 DE JUNHO E SEXTA 01 DE JULHO, DAS 10H00 ÀS 22H00 SÁBADO, 02 DE JULHO E DOMINGO, 03 DE JULHO, DAS 14H00 ÀS 22H00

12 13


E

X

P

O

S

I

Ç

Õ

E

S

MEMORABILIA

PORTA POESIA: POESIA VISUAL TEMPORÁRIA EXPOSIÇÃO . INSTALAÇÃO COORDENAÇÃO MARTA REGO PARTICIPAÇÃO COMUNIDADE LOCAL, CENTRO SOCIAL E PAROQUIAL DE SÃO PAULO, PROJETO MAIS SKILLZ E ASSOCIAÇÃO GIRASSOL SOLIDÁRIO

Corta, cria e cola. Jornais antigos, folhas escritas, panfletos rasgados, listas de compras já feitas, cartas de amor fora do prazo… Nesta exposição a céu aberto reciclaram-se palavras já usadas noutros contextos para se fazer poesia. Poemas, versos e palavras soltas ganham nova vida nas paredes do Cais do Sodré e surpreendem quem passa... Celebramos a poesia na rua, em família com um amigo ou vizinho, reaproveitando palavras que acabam esquecidas. Um trabalho original da artista Marta Rêgo, realizado em colaboração com a comunidade do Cais do Sodré, a Associação Girassol, a Mais Skillz e o Centro Paroquial de São Paulo. EM PERMANÊNCIA, NO EIXO TERRITORIAL RUA DE SÃO PAULO - RUA DA BOAVISTA

EXPOSIÇÃO . INSTALAÇÃO FOTOGRAFIA AUTORES YURI PIRONDI, INÊS VON BONHORST, PAULO ZERBINI, MARTA ANGELOZZI E EDGAR OLIVEIRA

Memorabilia traz à memória o passado de quatro artistas, Yuri Pirondi, Inês von Bonhorst, Paulo Zerbini, Marta Angelozzi e Edgar de Oliveira, que revisitaram um lugar íntimo da sua infância para explorar a ambivalência da memória: esquecida, mas depois lembrada. Esta exposição, com fotografia e instalação, surge depois de um ano de pesquisa entre memórias nebulosas e apresenta-se em forma de parques de diversões, paisagens brumosas e lugares escondidos. EM PERMANÊNCIA, NA GIVLOWE, (LARGO DE SÃO PAULO, 13-15) QUINTA, 30 DE JUNHO, DAS 12H00 ÀS 00H00, SEXTA, 01 DE JULHO E SÁBADO, 02 DE JULHO, DAS 12H00 ÀS 02H00

A PALAVRA AO DESAFIO EXPOSIÇÃO . FOTOGRAFIA AUTORES ANGELA ALEGRIA E SANDRA LOURENÇO

© ANDRÉ CHIOTE

Dando seguimento ao projeto “A Imagem Ao Desafio”, apresentado na edição passada do Festival Silêncio, as fotógrafas Angela Alegria e Sandra Lourenço propõem reinventar a sua dinâmica de trabalho, baseada no conceito do Cadáver Esquisito. Usando um único rolo de 12 fotogramas carregado numa câmara de médio formato, uma delas produz uma imagem e passa uma informação textual para outra, que por sua vez, produz a imagem seguinte. “A Palavra Ao Desafio” é o resultado deste diálogo. EM PERMANÊNCIA, DAS 10H00 ÀS 01H00, NO CAFÉ TATI (RUA DA RIBEIRA NOVA, 36)

ILUSTRAÇÃO DE ARQUITETURA EXPOSIÇÃO . ILUSTRAÇÃO AUTOR ANDRÉ CHIOTE

A exposição de André Chiote é uma abordagem da arquitetura enquanto ícone, na qual as imagens criadas procuram simultaneamente sublinhar o caráter excecional e emblemático de cada edifício e trabalhar uma composição gráfica cuja identidade se constrói para além do edifício de que se partiu. EM PERMANÊNCIA, DAS 11H30 ÀS 20H00, NO VERSO BRANCO (RUA DA BOAVISTA, 132-134) · INAUGURAÇÃO QUINTA, 30 DE JUNHO, ÀS 18H00


P E R F O R M A N C E S

POESIA E MÚSICA CICLO SPOKEN WORD LACÓNICO Nascido de um “puro improviso entre dois desconhecidos”, o projeto Lacónico viaja pela divagação interior da slammer e performer Li Alves e do músico e ator Cristovão Campo. Uma ideia musical feita de palavras que pode ser considerada “electronic spoken word”.

© GRAÇA EZEQUIEL

SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 18H00, NO PALCO RUA ROSA (RUA NOVA DO CARVALHO) · DURAÇÃO 30 MINUTOS

NORMA D’ALMA A poesia de João Vasco Henriques, sobre os acasos da rotina e da vida quotidiana, une-se à música de Miguel Lardosa (baixo e trompete) e de Pedro Faria (guitarra elétrica) para ditar esta Norma D’Alma. SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 18H00 , NO PALCO RUA ROSA (RUA NOVA DO CARVALHO) · DURAÇÃO 30 MINUTOS

NO PRECIPÍCIO ERA O VERBO Carlos Barretto (músico e compositor), António de Castro Caeiro (filósofo e tradutor), André Gago (ator e escritor) e José Anjos (músico e poeta) atiram-se de cabeça para o precipício enquanto exercício de contemplação e linguagem. Com textos, poemas e traduções acompanhadas pela música de Carlos Barretto, No Precipício Era o Verbo junta quatro talentos “na sincronia do poema que ainda não existe”. DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 19H00, NO PALCO RUA ROSA (RUA NOVA DO CARVALHO) · DURAÇÃO 60 MINUTOS

BURGUESES FAMINTOS Os Burgueses Famintos nasceram de forma quase acidental, sem que se precisasse de fazer luz numa noite perdida e enterrada de 2014. Os burgueses são Manuel Molarinho (baixo, pedais e loopstation) e João Silveira (voz e texto), famintos e entregues a um delírio textual e sónico captado ao primeiro e único take. DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 17H00, NO PALCO RUA ROSA (RUA NOVA DO CARVALHO) · DURAÇÃO 30 MINUTOS

NÓDOA “Porque no melhor texto cai a Nódoa”, dizem eles, Paula Cortes, João Morales, Diogo Picão e Filipe Homem Fonseca prometem “deixar marcas na palavra imaculada”. O coletivo junta poesia e música de instrumentos como a guitarra ou o saxofone para homenagear textos de grandes autores. SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 19H00, NO PALCO RUA ROSA (RUA NOVA DO CARVALHO) · DURAÇÃO 30 MINUTOS

CORDAS VOCAIS

DEAD FLOWERS

Cordais Vocais é um projeto pensado de propósito para o Festival Silêncio e que junta um quarteto de cordas (Francisco Ramos, Tiago Rosa, Fernando Sá e João Paulo Gaspar) e quatro poetas escritores (Valério Romão, Vasco Gato, Raquel Nobre Guerra e Joana Bértholo) para um espetáculo em que textos e poemas são ilustrados com música de alguns compositores de música clássica.

Quem nunca deitou flores mortas entre páginas para lhes dar mais vidas? Luís Carvalho, Pedro Oliveira (guitarra) e João Guimarães (poesia e voz) são os Dead Flowers, música que se junta a poesia, poesia que se junta a música ou “a parte musical de um livro por publicar”. DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 18H00, NO PALCO RUA ROSA (RUA NOVA DO CARVALHO) · DURAÇÃO 30 MINUTOS

SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 19H00, NO PALCO RUA ROSA (RUA NOVA DO CARVALHO) · DURAÇÃO 30 MINUTOS

14 15


P

E

R

F

O

R

M

A

N

C

E

S

CICLO

POESIA E REALISMO

O MUNDO NÃO SE FEZ

DISEURS MARIA COUTINHO, SARA FELÍCIO, NUNO MIGUEL GUEDES MÚSICO FILIPE VALENTIM

PARA PENSARMOS NELE POESIA . MÚSICA CURADORIA ROSA AZEVEDO

Houve sempre poesia. Dentro de todos os séculos e todas as idades. E a poesia foi sempre escrita na razão de cada poeta mas junto de outros poetas. Em diferentes tempos e diferentes idades houve diferentes poesias, por razões que tanto eram pessoais como universais. Assim se foi fazendo, por aqui, a nossa história. Porque o mundo não se fez para pensarmos nele, mas sim para o escrevermos e lermos, vamos agora percorrer quatro séculos de poesia e perceber que ideias havia para serem ditas e lidas e cantadas, por tantos poetas, em tantos versos, em tão bela e única história poética.

SESSÕES

POESIA E CLASSICISMO DISEURS ANTÓNIO POPPE, GUSTAVO RUBIM, LUÍS SERPA MÚSICO JOÃO PAULO GASPAR

Foi o tempo em que a poesia era salva em mar alto, poesia dos heróis, dos modernos, poesia que imagina a ponte entre o antes e um império inteiro por haver. É a poesia como a única linguagem possível.

Com o fim do séc. XIX o escritor percebeu que a escrita é uma arma com poderosas consequências. Percebeu a responsabilidade da palavra escrita, entendeu a sociedade como mutante e complexa. Foi o tempo em que a poesia teve consciência de si, da sua força no mundo enquanto pertença. SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 16H00, NO TOKYO (RUA NOVA DO CARVALHO, 12) · DURAÇÃO 60 MINUTOS

POESIA E MODERNISMO DISEURS ANA BRANDÃO, ANA ROCHA, PATRÍCIA PORTELA MÚSICO FILIPE VALENTIM

Poesia autónoma, artística, cubista, futurista, libertadora, maquinal, moderna, fragmentária, metálica, violenta, simbolista, sonora, vibrante, suicida, irreverente, indiferente, fraturante, alucinante, modernista. SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 18H00, NO TOKYO (RUA NOVA DO CARVALHO, 12) · DURAÇÃO 60 MINUTOS

POESIA E SURREALISMO DISEURS JOANA BERTHOLO, MARGARIDA FERRA, CLAUDIA SAMPAIO MÚSICO LUÍS BASTOS

Como nos disse António Maria Lisboa: “A atividade surrealista não é uma simples purga seguida de um dia de descanso a caldos de galinha, mas revolta permanente contra a estabilidade e cristalização das coisas.” Ao que poderia ter respondido Cesariny: “Eu acho que se se é surrealista, não é porque se pinta uma ave, ou um porco de pernas para o ar. É-se surrealista porque se é surrealista!” DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 16H00, NO TOKYO (RUA NOVA DO CARVALHO, 12) · DURAÇÃO 60 MINUTOS

SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 19H00, NO TOKYO (RUA NOVA DO CARVALHO, 12) · DURAÇÃO 60 MINUTOS

NOVÍSSIMA POESIA POESIA E ROMANTISMO DISEURS RAQUEL MARINHO, CLÁUDIO HENRIQUES, ANDRÉ GAGO MÚSICO JOÃO PAULO GASPAR

DISEURS MARTA ELIAS, INÊS LAGO, RAQUEL NOBRE GUERRA MÚSICO LUÍS BASTOS

Houve o tempo em que a poesia teve de entender e cantar o amor. Instrumentalizou-se a palavra em prol do poeta, descobriu-se que a palavra não existia longe do eu. Foi o tempo das questões e não das respostas. Verbalizou-se a dúvida, poetizou-se o que era até então indizível.

Veio o tempo dos poetas. Sem escola, com a originalidade possível, na procura da palavra exata na frase fragmentada. Uma poesia que chegou a todos, a lugares improváveis da cidade. E quando os poemas cobrem a cidade, os Poetas do Povo procuram neles a palavra exata para a reproduzirem no último dia do Festival Silêncio, oferecendo a palavra aos seus ouvintes e dando aos leitores o espaço absoluto da poesia.

SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 21H00, NO TOKYO (RUA NOVA DO CARVALHO, 12)

DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 18H00, NO TOKYO (RUA NOVA DO CARVALHO, 12) · DURAÇÃO 60 MINUTOS

SLAM LX PERFORMANCE . POETRY SLAM

Pensar a palavra como performance, a poesia como ato de exploração linguística e a sintaxe como instrumento musical são alguns dos desafios colocados pelo Poetry Slam, uma competição que transforma a palavra – dita e escrita – em matéria-prima para uma autêntica revolução da linguagem. A matemática é aplicada ao Slam Lx, o torneio que reúne um conjunto de slammers num frente a frente do qual apenas um pode sair vencedor. SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 18H00, NO VIKING (RUA NOVA DO CARVALHO, 7)

© ALÍPIO PADILHA

PARTICIPANTES RICARDO BLAYER, SALOMÉ ABREU, CARÓ LAGO, MIA QUADROS + DOIS FINALISTAS DO TORNEIO RESULTANTE DO WORKSHOP DE POETRY SLAM REALIZADO NO ÂMBITO DO FESTIVAL MESTRE DE CERIMÓNIAS NUNO MIGUEL GUEDES


P

SEM TÍTULO

PROVISÓRIO PERFORMANCE . TEATRO

E

R

F

O

R

M

A

N

C

E

S

A HISTÓRIA TRÁGICA DE VIDA E MORTE

DO DOUTOR FAUSTO DE CHRISTOPHER MARLOWE

AUTORIA PUF COLECTIVO

Sem Título Provisório surge do convite feito a duas atrizes para que reflitam sobre a duração e a repetição de um mito. Elas encontram-se, vivem-se. A imperfeição é o caminho para o amor e o belo não pode ser destruído. Um acumular de retratos; uma experimentação entre o corpo, a imagem e a voz, que passo a passo segue o formato de um diário. Duas figuras duplicam lógicas e sensações entre fronteiras construídas por corpos-objetos-palavras. DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 21H00, NO PRIMEIROS SINTOMAS (RUA DA RIBEIRA NOVA, 44) · DURAÇÃO 60 MINUTOS

APRESENTAÇÃO

POETRY SLAM

Doutor Fausto, cansado da vida que leva, desiste de todo o conhecimento que acumulou ao longo dos anos, do Direito à Teologia, para se dedicar à magia e às artes ocultas. É então que, depois de invocar o Diabo, recebe a visita do enviado especial Mefistófeles, que o irá acompanhar numa viagem que acaba de forma trágica. O espetáculo, que marca o encerramento do curso Oficina Teatro do grupo Primeiros Sintomas, está em cena na Ribeira entre 25 de junho e 2 de julho. A encenação é de Bruno Bravo, a partir da obra com o mesmo nome de Christopher Marlowe.

GUERRA E PAZ

PARTICIPANTES FREQUENTADORES DO WORKSHOP DE POETRY SLAM MESTRE DE CERIMÓNIAS NUNO MIGUEL GUEDES

SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 21H00, NO VIKING (RUA NOVA DO CARVALHO, 7)

AUTORIA PRIMEIROS SINTOMAS

QUINTA, 30 DE JUNHO, SEXTA, 01 DE JULHO, E SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 21H30, NO PRIMEIROS SINTOMAS (RUA DA RIBEIRA NOVA, 44)

PERFORMANCE . POETRY SLAM

PERFORMANCE AUTORIA PRIMEIROS SINTOMAS

© RITA ANTUNES

Os participantes do workshop de poetry slam serão colocados a concurso em duas eliminatórias e uma final. São estes os ingredientes para cozinhar a segunda sessão de Slam Lx. Os concorrentes têm apenas três minutos no palco para mostrar o que valem com uma performance poética. No público, um júri escolhido aleatoriamente elege o vencedor.

PERFORMANCE . TEATRO

Onde estão os direitos das crianças, dos jovens e dos homens? Onde está a paz? Onde está a dignidade? Estamos onde? Guerra e Paz é um alerta para o mundo que nos rodeia que parte de uma performance intergeracional feita de imagens, fotografias, textos, palavras, colagens, pintura, dança e movimento. O espetáculo tem a participação de jovens, idosos e alunos de dança do centro social e paroquial de São Paulo. QUINTA, 30 DE JUNHO, ÀS 16H30, NO LARGO DE SÃO PAULO DURAÇÃO 30 MINUTOS

16 17


P

E

R

F

O

R

M

A

N

C

E

S

OS POETAS E O SILÊNCIO PERFORMANCE . TEATRO CONCEITO, DRAMATURGIA E PRODUÇÃO PUF COLECTIVO INTERPRETAÇÃO LUÍS LOBO PIMENTA E SOFIA VALADAS VOZ OFF DIANA MAR E PEDRO BETTENCOURT

Um texto surrealista e desconexo que ganha forma e sentido no decorrer da ação. Os Poetas, a primeira criação do PUF Coletivo, nasce de uma recolha de frases e conversas casuais ou filosóficas ouvidas em qualquer lugar de Lisboa – na rua, no café, no metro, em casa – que origina o texto deste espetáculo. Um texto surrealista e desconexo que ganha forma e sentido no decorrer da ação. Numa espiral de acontecimentos dois intérpretes criam quadros singulares, desenham uma linha (des)contínua, num tempo, espaço e linguagem comuns. Os Poetas evocam momentos triviais e quotidianos que procuram a beleza, a profundidade, o grotesco, o humor na metáfora de uma sociedade fugaz: a poesia do vulgar. SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 22H30, N’O BOM, O MAU E O VILÃO (RUA DO ALECRIM, 21) · DURAÇÃO 50 MINUTOS

CONTOS DO

TRABALHO PERFORMANCE . CONTOS AUTORIA CONTABANDISTAS DE ESTÓRIAS

Os mercados sempre foram, e ainda vão sendo, locais de encontro e de muitas histórias partilhadas, que, no aviar da farinha, do feijão e do açúcar, transformam momentos de pausa em vários dedos de conversa! António Gouveia e Cláudia Fonseca, dos Contabandistas de Estórias, trazem as memórias e histórias colectivas do Bairro para os palcos informais do Festival Silêncio. SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 11H00, NA BOUTIQUE DA FRUTA (RUA DE SÃO PAULO, 188) E NA HERDADE DO FREIXO DO MEIO/MERCADO DA RIBEIRA (AVENIDA 24 DE JULHO, 49) · DURAÇÃO 120 MINUTOS

STRIP

POETRY PERFORMANCE POESIA E DANÇA ARTISTAS NUNO MIGUEL GUEDES E MÓNICA MARQUES

A poesia não é sagrada nem sequer uma religião É algo que tem a ver com as pulsões da vida, com o mundo de todos os dias. É o ser-se humano. Nesta edição, o Festival Silêncio mostra como as palavras podem ser e são sensuais, arriscadas e mesmo eróticas. Poesia para gente despida de preconceitos, com a participação de Mónica Marques e Nuno Miguel Guedes. SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 00H00, NO MÉNAGE STRIP CLUB (RUA NOVA DO CARVALHO, 33) · DURAÇÃO 30 MINUTOS


C I N E M A

ISTO NÃO É UM FILME.

É UM POEMA CINEMA . POETRY FILM CURADORIA ALEXANDRE BRAGA

O poetry film deve ser livre e conseguir transportar-nos para dentro do poema, vivenciá-lo a partir de imagens e sons que sejam parte de uma experiência ou peça audiovisual. É a partir deste universo poético que surge o ciclo “Isto Não É Um Filme. É Um Poema”, que pretende levar o espectador a experiências únicas de absorção da poesia através de outros sentidos. Dando seguimento ao trabalho do ano passado, e percebendo que a poesia vai além da língua, o ciclo elege os melhores filmes dos últimos anos num desafio à imaginação e explora a capacidade que o cinema dá para viver sonhos e viagens incríveis. Ciclo de poetry film com curadoria de Alexandre Braga. MOSTRA I t Fifth Avenue, de Sofian Khan (3’47’’) t Shop, de Lucy English, Cherly Gross (1’43’’) t God’s Dilemma, de Cindy St. Onge (1’36’’) t Instrucciones para cantar, de Adrián Suarez (58’’) t Long Rong Song, de Ottaras (Ottar Ormstad & Taras Mashtalir) + Alexander Vojjov (5’25’’) t Platillo Puro, de Bruno Teixidor (2’31’’) t J’ai tant rêvé de toi, de Emma Vakarelova (3’03’’) t The hero is light, de Eduardo Yague (4’22’’) t Dictionary Illustrations, de Marie Craven (2’13’’) t Falling Lessons: Erasure One, de Anh Vu (2’21’’)

MOSTRA II t The Mother Warns the Tornado, de Isaac Ravshankara (4’12’’) t American House Fire, de David Campos (1’38’’) t Apocalypse Rhyme, de Oliver Harrison (3’21’’) t A painting, de Amabel Stokes(2’51’’) t Crow, de Yoav Segal (4’37’’) t Creased Map of the Underworld, de Thomas Bryan Michurski (3’51’’) t Dog, de Kate Jessop (1’55’’) t Raven Spell, de John Lavin (2’16’’) t Pomegranate, de Karen Mary Beer (2’33’’) t Steel and Air, de Chris and Nick Libbey (3’33’’)

SEXTA E DOMINGO, 01 E 03 DE JULHO, ÀS 19H00, NO ROTERDÃO (RUA NOVA DO CARVALHO, 28-30) · DURAÇÃO 30 MINUTOS

SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 19H00, DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 20H00, NO ROTERDÃO (RUA NOVA DO CARVALHO, 28-30) · DURAÇÃO 30 MINUTOS

POETRY FILM: MOSTRA COMPETITIVA CINEMA . POETRY FILM O Festival Silêncio convidou poetry filmmakers de todo o mundo a inscreverem os seus filmes numa competição internacional que irá selecionar o melhor poetry film. Dos mais de 50 filmes em concurso, 12 serão exibidos em duas mostras, na sexta e no sábado, e no domingo o júri selecionará os vencedores. MOSTRA I SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 19H00, NO ROTERDÃO (RUA NOVA DO CARVALHO, 28-30) · DURAÇÃO 45 MINUTOS MOSTRA II SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 19H00, NO ROTERDÃO (RUA NOVA DO CARVALHO, 28-30) · DURAÇÃO 45 MINUTOS MOSTRA III DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 21H00, NO ROTERDÃO (RUA NOVA DO CARVALHO, 28-30) · DURAÇÃO 60 MINUTOS

LUGAR

NÃO LUGAR CINEMA . PERFORMANCE AUTORIA ALEXANDRE BRAGA E JOSÉ ANJOS

uma casa morre dentro e outra nasce uma casa por morrer é um delta na cidade Este poetry film de Alexandre Braga interligado com a performance ao vivo de José Anjos coloca-nos diante da casa, das paredes, destas coisas invisíveis, convidando o espectador a seguir pelas suas paredes, ruas e margens. SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 21H00, NO ROTERDÃO (RUA NOVA DO CARVALHO, 28-30) · DURAÇÃO 15 MINUTOS

O MUNDO À NOSSA VOLTA CINEMA . MOSTRA AUTORIA FILHOS DO LUMIÈRE NO CONTEXTO DAS OFICINAS DE CINEMA FILMAR

O Mundo à Nossa Volta é uma mostra de filmes, para adultos e crianças do bairro da Misericórdia, que resulta do trabalho feito pela associação Os Filhos do Lumière, no contexto das oficinas de cinema FILMAR. Quatro filmes que partilham a mesma unidade temática: “filmar o bairro da Misericórdia”. Um projeto que resulta como testemunho dos diferentes olhares da juventude sobre o seu bairro. A mostra será completada com uma breve conversa em torno dos temas e visões levantados pelas películas. DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 22H00, NO POLO CULTURAL GAIVOTAS | BOAVISTA (RUA DAS GAIVOTAS, 8) · DURAÇÃO 90 MINUTOS

18 19


ANA HATHERLY Sem título 21X15CM | 2003


C O N V E R SA S

CONVERSAS

DE LISBOA ORGANIZAÇÃO ARQUIVO 237

CONVERSA I ORGANIZADORES AGORA, IRREPETÍVEL com: ÁLVARO TRABANCO Sharing «Greed» Economy LEONARDO SILVA M/18: juventude, sexo e preconceito PISTOL SHRIMP Net Label? QUINTA, 30 DE JUNHO, ÀS 19H30, NA GIVLOWE (LARGO DE SÃO PAULO, 13-15) · DURAÇÃO 90 MINUTOS

CONVERSA I I ORGANIZADORES NARIZ ENTUPIDO com: ANTÓNIO BRITO GUTERRES Centro de Estudos Dinamia RUI EDUARDO PAIS Crítico Musical e Escritor TRAVASSOS Shhpuma SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 19H30, NA HOUSE OF CORTO MALTESE (RUA DA BOAVISTA, 118 · DURAÇÃO 90 MINUTOS

CONVERSA I I I ORGANIZADORES ANDREIA GARCIA & DIOGO AGUIAR com: MARTA NUNES As fronteiras na arquitetura PEDRO CAMPOS COSTA Narrativas urbanas PAULO HENRIQUE DURÃO (FRONTEIRAS) O homem duplicado SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 17H00, N’A VIAGEM (TRAVESSA RIBEIRA NOVA, 30) · DURAÇÃO 90 MINUTOS

CONVERSA IV ORGANIZADORES GONÇALO PENA & MANUEL TAINHA com: ANTÓNIO POPPE Ordet JAIME SOUSA Net JOSÉ LOUREIRO Conversa sobre o nada DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 17H00, NO CASTRO BEER (RUA DE SÃO PAULO, 121) · DURAÇÃO 90 MINUTOS

© EUNICE ARTUR

As Conversas de Lisboa apresentam no Festival Silêncio quatro Conversas dedicadas ao diálogo sobre “o poder criativo da palavra dita, escrita, cantada ou silenciada”. Em cada Conversa, num ambiente informal como nas habituais sessões que acontecem desde 2012 às quartas-feiras, três conversadores partilham ideias e projetos. A escolha dos conversadores ficou a cargo de antigos participantes das Conversas. A série Conversas de Lisboa é organizada pelo Arquivo 237.

CONVERSAS DO SILÊNCIO: 3 CONVERSAS VIRTUAIS CONVERSAS CURADORIA JOANA EMÍDIO MARQUES

Algo novo está em curso: estamos a mudar-nos do espaço real para o espaço virtual. A vida migrou para dentro dos ecrãs e, a reboque das novas tecnologias da comunicação, toda a Cultura se desloca também para um espaço novo. Dentro dos ecrãs proliferam vertiginosamente as palavras e as imagens num caos veloz que faz com que nada permaneça mais do que uns breves instantes. Esta revolução tecnológica que estamos a viver está a alterar profundamente a produção e a difusão cultural, os processos de comunicação e logo as ligações humanas. Procurando dar alguns passos em volta deste tema vamos procurar perceber, em três conversas, que novo mundo é este que se nos afigura quando todos queremos ser emissores e ninguém quer ser recetor, quando o espaço público político migrou para as redes sociais, mas continua a não haver uma opinião pública coesa e atuante e, por fim, será que as imagens estão a obliterar as palavras? As conversas serão conduzidas por Joana Emídio Marques. “QUANDO TODOS QUEREMOS FALAR, AINDA HÁ AÍ ALGUÉM PARA OUVIR?”

“PROLETÁRIOS DE TODOS OS ECRÃS, UNI-VOS!” COM JORGE SILVA MELO

“NARCISO AFOGOU-SE NO MONITOR DO IPHONE” COM JOSÉ BRAGANÇA DE MIRANDA”

SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 18H30, NA PENSÃO AMOR (RUA DO ALECRIM, 19) DURAÇÃO 50 MINUTOS

SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 18H30, NA PENSÃO AMOR (RUA DO ALECRIM, 19) DURAÇÃO 50 MINUTOS

DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 18H30, NA PENSÃO AMOR (RUA DO ALECRIM, 19) DURAÇÃO 50 MINUTOS

LANÇAMENTOS CONCEITO E PRODUÇÃO DOUDA CORRERIA

“Olho do Tu”, de Rui Nuno Vaz Tomé. É o livro de estreia de Rui Nuno Vaz Tomé e será lido e apresentado pelo próprio e por Joana Morais Varela, Nuno Moura e Joana Bagulho. SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 21H30, NA GIVLOWE (LARGO DE SÃO PAULO, 13-15)

“Carne de Leviatã”, de Chus Pato. O livro será lido e apresentado por João Paulo Esteves da Silva, Nuno Moura e Chus Pato. Este é o primeiro livro da autora galega traduzido para português, por João Paulo Esteves da Silva. SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 21H30, NA GIVLOWE (LARGO DE SÃO PAULO, 13-15)

“Cartas Contra o Firmamento”, de Sean Bonney. O livro, o primeiro do autor publicado em Portugal e traduzido do inglês por Miguel Cardoso, será lido e apresentado por Sean Bonney, Miguel Cardoso e Nuno Moura. DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 23H00, NA GIVLOWE (LARGO DE SÃO PAULO, 13-15)

20 21


PANGEIA

2—3/JUL.

SUPERCONTINENTE DE EDITORES INDEPENDENTES

14:00 / 21:00

ESPAÇO ATMOSFERAS — ETIC — Rua da Boavista Nº67, Lisboa

Organização:

Em parceria com:


O F I C I N A S E PA S SAT E MP O S

FLORES DE PAPEL E JARDIM DE POESIA WORKSHOP CONCEITO E PRODUÇÃO A AVÓ VEIO TRABALHAR

Flores e cores que as avós querem fazer perdurar na memória de todos os “netos” Em tempo de temperaturas altas, os jardins são espaços primeiros para a conversa, o encontro e a confraternização. Flores e cores que as avós querem fazer perdurar na memória de todos os “netos” que se deixarem levar pela curiosidade e vontade de fazer durar o Verão até aos meses mais tardios do ano. Pelas mãos da Avó Veio Trabalhar, e das suas extraordinárias professoras, este workshop é ponto de partida para a descoberta de histórias e aprendizagens que, por certo, vão colorir a memória de todos os curiosos que por lá passem. QUINTA, 30 DE JUNHO, ÀS 16H00, NO JARDIM DOM LUÍS · DURAÇÃO 120 MINUTOS

OFICINA DE SUSSURRADORES POETRY-SLAM E TEXTOS PARA SUSSURRAR WORKSHOP CONCEITO E PRODUÇÃO CONTABANDISTAS DE ESTÓRIAS

À distância, os sussurradores são longos tubos de cartão, decorados com pinturas ou colagens, através dos quais uma pessoa emite uma mensagem sonora destinada a uma outra pessoa. À distância, é mesmo difícil imaginar esse trânsito de palavras, essa imprevisível e quase-concreta viagem para parte incerta, que um longo tubo de cartão decorado com pinturas ou colagens proporciona. Contrariando a “poluição sonora” que ocupa o espaço público, os Contabandistas de Estórias desafiam-nos transformar a audição numa autoestrada para a imaginação, à boleia de contos e poemas. Por isso… o melhor é experimentar!

WORKSHOP AUTORIA NUNO MIGUEL GUEDES

O objetivo deste workshop é desenvolver aptidões na escrita para performance (Poetry Slam), ao mesmo tempo em que se aprofundam técnicas de declamação de poesia em público e estimula os formandos no campo da expressão estética, aliando dados técnicos, empíricos e de natureza especificamente literária. O workshop termina com um torneio de Poetry Slam com os inscritos. Os dois finalistas participam no Slam LX (página 17). SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 18H00, NO VIKING (RUA NOVA DO CARVALHO, 7)

SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 16H30, NA LARGO DE SÃO PAULO · DURAÇÃO 120 MINUTOS

DE BOCA EM BOCA PASSATEMPO CONCEITO E PRODUÇÃO ARQUIVO 237

No último mês, um grupo de jovens do Arquivo 237 colecionou histórias, memórias e objetos curiosos do passado e presente do Cais do Sodré. O resultado é um gabinete de curiosidades de rua, onde toda a gente pode entrar. Quem passa será convidado a partilhar, imaginar, criar e encenar histórias do passado e do futuro deste lugar. DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 11H00, NO LARGO DE SÃO PAULO

22 23


O

F

I

C

I

N

A

S

E

P

A

S

S

A

T

E

M

P

O

S

LIVROS

D’ESQUINA PASSATEMPO AUTORIA MAIS SKILLZ

Três mini bibliotecas estão a funcionar na Praça de São Paulo, no Jardim D. Luís e no Polo Cultural Gaivotas | Boavista. São pequenas casinhas de livros que parecem caixas do correio e que vão poder ser usadas por toda a gente, 24 horas por dia. As caixas de livros são um convite à leitura, à troca e partilha de livros na comunidade e foram pensadas pelo projeto Mais Skillz, um projeto social de apoio local a jovens da Freguesia da Misericórdia. EM PERMANÊNCIA, NO JARDIM DOM LUÍS, NO LARGO DE SÃO PAULO E NO POLO CULTURAL GAIVOTAS | BOAVISTA (RUA DAS GAIVOTAS, 8)

TOALHA DE PETISCO

E CONVERSAS PASSATEMPO CONCEITO E PRODUÇÃO A AVÓ VEIO TRABALHAR

E se não existisse Internet, seria possível pensarmos em novas formas de estarmos ligados em comunidade? As toalhas de petisco e conversas são mais do que uma instalação. São um espaço de encontro em pleno Jardim D. Luís que convida os visitantes a trocarem o descanso pelo convívio e a usarem as toalhas para partilharem vivências e a merenda. As toalhas foram criadas e produzidas pela associação A Avó Veio Trabalhar. EM PERMANÊNCIA, NO JARDIM DOM LUÍS

JOGOS À MESA PASSATEMPO

© ALIPIOPADILHA

A…B…C… Stop! Há quanto tempo não joga ao Stop e inventa o nome de uma cidade que não existe? No Cais do Sodré, e durante os quatro dias de festival, os cafés da zona trocam os jogos de cartas por jogos de Scrabble, Stop, e tudo o que envolva palavras – esta é a única regra deste desafio – para tardes que prometem ser de convívio e, talvez, de alguma batotice. Jogos disponíveis: Scrable, Pictionary, Stop, Quem sou eu? EM PERMANÊNCIA EM: ARCO DA VELHA, PASTELARIA DA BICA, PASTELARIA 4 ESTAÇÕES, CASTRO BEER, CAFÉ DA ORDEM DOS ARQUITECTOS

CONVERSADEIRAS PASSATEMPO CONCEITO E PRODUÇÃO ARQUIVO 237 E MARTINHO PITA

Em parceria com o artista Martinho Pita, o Arquivo 237 criou o conceito de conversadeiras para estimular a partilha de livros e histórias. São peças de mobiliário urbano efémero que vão estar instaladas no Largo de São Paulo e no Jardim D. Luís durante o festival a convidar à partilha de um objeto que, em silêncio, tem um mundo para nos contar. Histórias escritas e contadas, opiniões e visões pessoais ganham aqui um lugar próprio. EM PERMANÊNCIA NO JARDIM DOM LUÍS E NO LARGO DE SÃO PAULO


I N FA N T I L

LISBOA EM VOO DE PEIXE E POESIA PARA CRIANÇAS MÚSICA . POESIA CONCEITO E PRODUÇÃO DOUDA CORRERIA/MIASOVE ARTISTAS DANIEL SCHEVETZ, BEATRIZ BAGULHO, JOANA BAGULHO, BEATRIZ BAGULHO E ANA DIREITO

Lisboa em voo de peixe. A Beatriz deambula pela cidade de Lisboa. Apanha uma linha do elétrico e em acrobacias e pinotes atravessa a cidade. Um corvo de Lisboa leva-a até à outra colina. Brinca no cipreste do jardim do Príncipe Real. Encontra a enchente de turistas à beira rio com as suas câmaras e diversões. Depois disso cavalga o peixe volante de Hieronymus Bosch e entra no mundo de Bosch nas tentações de Santo Antão. Uma árvore entrega-lhe a bola vermelha que a transporta para o mundo da calçada e do azulejo. Entra no mundo do cravo e cai nos braços do grande compositor Scarlatti. E é na grande festa dos Lisboetas que um cardume de peixes dirigido pelo Padre António Vieira a leva de regresso a casa onde dança com o compositor Daniel e a cravista Joana. Na segunda parte do concerto haverá uma sessão de poesia de Nuno Moura. SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 11H30, NA GIVLOWE (LARGO DE SÃO PAULO, 13-15) · DURAÇÃO 45 MINUTOS

ÉME PARA CRIANÇAS MÚSICA

CROKORÓCÓDILO PERFORMANCE . TEATRO DE MARIONETAS CONCEITO E PRODUÇÃO ALGAZARRA MARIONETAS

Crokorócódilo conta a história de um crocodilo que está num dilema: ou perde um dos amigos ou perdem-no a ele... Um crocodilo e uma lição de vida: é assim este espetáculo de marionetas para maiores de 4 anos, apresentado pela associação cultural Marionetas em Algazarra. Um dia o crocodilo descobre que se não comer um dos seus amiguinhos para se alimentar, pode perder a vida pois está cada vez mais magro e fraco. Mas se optar pela sobrevivência, acaba por perder um dos seus grandes amigos. O que fazer? Tentado pela serpente, acaba por abandonar a selva e dirige-se para a cidade. Mas o que ele estava longe de imaginar é que uma criança a sonhar é algo impossível de mastigar. Uma produção: Algazarra Marionetas.

“Alô crianças, daqui fala o Éme. Os vossos pais e irmãos/irmãs mais velhos/as talvez saibam melhor quem eu sou. Tenho feito sempre concertos para eles (apesar de algumas músicas serem para todos). Desta vez é diferente, é para vocês, só! Claro, vão ter de lhes pedir para vos levarem, pode ser que não se oponham, mas não é para eles, não é para toda a família, é para crianças mesmo, ainda por cima é à hora dos desenhos animados. Mas não fiquem tristes, os desenhos animados da televisão são sempre iguais e eu também vou ter lobisomens, fantasmas e histórias estranhas para vos contar. Vão poder cantar comigo se quiserem, dançar, correr, ficar a ouvir, chorar, podem fazer o que vos apetecer e ao contrário dos desenhos animados, eu também vou estar lá. Vou tocar músicas minhas (as que vos divirtam mais), músicas de amigos (claro, os amigos têm de ajudar) e músicas muito velhas e vou tentar juntar tudo isso numa boa história. Nunca cantei para pessoas como vocês mas espero que gostem tanto de ouvir as minhas histórias como eu sei que vou gostar de vos contar.” SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 10H00, NO JARDIM DOM LUÍS

DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 15H00, NO MUSICBOX (RUA NOVA DO CARVALHO, 24) · DURAÇÃO 30 MINUTOS

24 25


I

N

F

A

N

T

I

L

Biblioteca Itinerante PROGRAMAÇÃO LARGO DE SÃO PAULO

SÁBADO 11h00: Abertura Espaço de leitura/ Mesas de jogos/ Bebeteca Itinerante 14h30: Momento dos Pequeninos Sessão de contos seguida de atividades “Histórias aos Retalhos” Joana Rita

16h00: Arte com Criatividade Atividades manuais para miúdos e graúdos. “Catavento e Girassol”, Inês Martins

17h30: Brinquedoteca Hora de jogos e brincadeiras Big Scrabble Especial Silêncio, Xana Banana

19h00: Contos e Muito Mais Sessão de contos para toda a família! “Histórias de Cordel”, Thomas Bakk

21h00: Encerramento

DOMINGO

BIBLIOTECA ITINERANTE

ENSAIOS E DIÁLOGOS INFANTIL . VÁRIAS Com a intenção de promover o desenvolvimento humano e a revitalização de espaços sociais, a Biblioteca Itinerante - Ensaios e Diálogos surge como um ponto de encontro entre as diferentes gerações. Sozinhas ou acompanhadas, as crianças entram no universo de exploração da palavra através de livros, jogos e de brincadeiras. Tiram-se livros das estantes, sentam-se para sessões de leitura, põem mãos à obra e os ouvidos à escuta. Histórias e contos são partilhados, a imaginação é estimulada e, no fim, novos contos vão surgir destes pequenos autores.

11h00: Abertura Espaço de leitura/ Mesas de jogos/ Bebeteca Itinerante 14h30: Momento dos Pequeninos Sessão de contos seguida de atividades. “Estórias com o Mundo lá Dentro”, Joana Maurício

16h00: Arte com Criatividade Atividades manuais para miúdos e graúdos. “Catavento e Girassol”, Inês Martins

RIMAS DE BRINCAR TROVAS DE ENCANTAR, HISTÓRIAS PARA CONTAR MÚSICA ARTISTAS COUPLE COFFEE

Recicladores do cancioneiro nacional, contadores de história natos, os Couple Coffee têm recolhido a admiração e elogio da crítica e do público nacional. De Zeca Afonso à Bossa Nova, o duo baixo e voz habituou-nos a surpreender com a sensibilidade de ouvir coisas que ainda não estavam lá. Foi com esse desafio em mente que o Festival Silêncio desafiou Luanda e Norton para recuperarem cantigas de roda tradicionais brasileiras misturadas com rimas de brincas e trovas de encantar para criar um espetáculo infantil. DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 10H00, NO JARDIM DOM LUÍS

17h30: Jogos e Brincadeiras Hora de jogos e brincadeiras Peddy Paper nos Livros (Caça ao Tesouro), Xana Banana

19h00: Contos e Muito Mais Sessão de contos e escrita criativa para toda a família! “Quem conta um conto”, Leonor Tenreiro

21h00: Encerramento


M Ú S I CA

TORMENTAS

© ALIPIOPADILHA

FILHO DA MÃE & RICARDO MARTINS + MIGUEL BORGES Juntos, criaram um álbum que pouco tem de silencioso Em 2015, Filho da Mãe (Rui Carvalho) e Ricardo Martins juntaram-se para fazer melodias. Juntos, criaram um álbum instrumental que pouco tem de silencioso, a começar pelo nome: “Tormenta”. O Festival Silêncio desafiou os músicos a juntarem palavras aos sons de “Tormenta”. Serão poemas atormentados que pela voz de Miguel Borges cruzam a música com o texto de alguns poetas nacionais. QUINTA, 30 DE JUNHO, ÀS 22H00, NO JARDIM DOM LUÍS · DURAÇÃO 50 MINUTOS

BRUTA CONCEITO E PRODUÇÃO DOUDA CORRERIA/MIASOVE

“Bruta”, álbum que pede o nome emprestado a um poema de Sylvia Plath, resulta da colaboração entre Ana Deus (Osso Vaidoso e Três Tristes Tigres) e Nicolas Tricot e foi inspirado pela vida do poeta portuense Ângelo de Lima, que acabou internado num hospital psiquiátrico. O disco, editado no ano passado numa parceria entre o Festival Silêncio e a editora Mia Soave, pode ser visto como uma ode à loucura e propõe uma viagem por dez textos de poetas internados em hospitais psiquiátricos, como Stela do Patrocínio, António Gancho, Mário de Sá Carneiro, Sylvia Plath, António Joaquim Lança ou António Maria Lisboa. DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 20H00, NA RUA DAS GAIVOTAS 6

JOANA BARRA VAZ “Demora” é o novo single de Joana Barra Vaz, uma autodidata da guitarra, com formação em piano clássico. Depois do EP “Passeio pelo Trilho”, Joana prepara-se para editar o primeiro longa-duração, “Mergulho em Loba”, com data prevista para Setembro. É ela também uma das mentoras do projeto “A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria”, um repositório essencial para tudo o que de bom se tem feito por terras lusas.

SOPRO, CORDAS E VIDA

DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 18H30, NO JARDIM DOM LUÍS DURAÇÃO 50 MINUTOS

OS SONS DAS MARIONETAS

© RITA ANTUNES

A marioneta é mais do que um simples brinquedo. Pode assumir-se como referência cultural de um lugar específico ou como objeto de arte, comum a várias civilizações. Partindo desta ideia, e tendo por base o percurso do Museu da Marioneta, Pedro Salvador (guitarra e voz), Joana Guerra (violoncelo e voz), Yaw Tembe (trompete) e Emanuel Soares (acordeão) juntaram-se num projeto musical e performativo original e inédito. A proposta traz o Museu da Marioneta até à rua, numa performance que cruza videoarte e música, apontando, assim, a uma experiência sensorial que desafiará todos a conhecerem algumas das peças mais emblemáticas do museu. QUINTA, 30 DE JUNHO, ÀS 19H00, NO VIKING (RUA NOVA DO CARVALHO, 7)

© LUÍS BELO

ORGANIZAÇÃO MUSEU DA MARIONETA ARTISTAS PEDRO SALVADOR, JOANA GUERRA, YAW TEMBE E EMANUEL SOARES

ROGÉRIO CARDOSO PIRES Esta é a estreia a solo do guitarrista Rogério Cardoso Pires, que ao longo do seu percurso musical tem tocado com músicos como João Afonso, Michel (do projeto Cadernos de Viagens) ou Zeca Medeiros. Um espetáculo intimista que parte das composições do seu primeiro disco, “Bagatelas”, uma expressão autobiográfica. DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 17H30, NO JARDIM DOM LUÍS DURAÇÃO 50 MINUTOS

26 27


M

Ú

S

I

C

A

BATE PAPO DIEGO ARMÉS + DUQUESA // L-ALI + MIKE EL NITE CONCERTO Para bom entendedor meia palavra basta, mas aqui é preciso uma canção inteira para se fazer ouvir. Tal como noutras edições, o Festival Silêncio junta dois artistas em palco para bater um papo como se estivessem numa mesa de café. Palavra puxa palavra, conversa puxa conversa, e é despreocupadamente que o diálogo musical vai surgindo à nossa frente - só não queremos respostas curtas. Ao todo são quatro os tête-à-tête, que não são mais que música para os nossos ouvidos. A abrir os concertos em forma de diálogo, Diego Armés e Duquesa confrontam-se no palco do Musicbox para um despique à moda antiga: Guitarra e palavra afinadas, na ponta do dedo, na ponta da língua. O encontro não tem barreiras de género, idioma ou vontade, ficando a cargo do coração a resposta-canção que lhes parecer mais adequada (Sexta, 1 de julho, às 23h00 no Musicbox). Segunda noite de conversas, com L-Ali e Mike El Nite, e a incursão necessária na nova música de poesia rimada, a olhar a sociedade, as vontades e ideias da nova geração do hip-hop nacional (Sábado, 2 de julho, às 23h00 no Musicbox). SEXTA, 01 DE JULHO, NO MUSICBOX, ÀS 23H00 · DURAÇÃO 50 MINUTOS SÁBADO, 02 DE JULHO, NO MUSICBOX, ÀS 23H00 · DURAÇÃO 50 MINUTOS

PIANO A 4 MÃOS

LAVOISIER

São precisas quatro mãos, as das pianistas Marlene Tavares e Olesya Kyba, para tocar “Danças Húngaras”, de Brahms, “Ma Mére l’Oye”, de Ravel e as Marchas Militares de Schubert. O recital de 40 minutos, sem gravatas nem formalidades e acessível a todos, ajuda a quebrar preconceitos de que a música erudita é só para uma elite.

Na fronteira entre a tradição e o progressismo, a dupla Lavoisier reinventa, sem ordem ou regras, os sons tradicionais e costumeiros da música portuguesa. E se na natureza nada se inventa, tudo se transforma, no palco, Patrícia Relvas e Roberto Afonso tornam inevitável o retorno à simplicidade, à música-canção simples, despojada de enfeites. Sob influências do tropicalismo e do modernismo antropofágico brasileiros mostram como se reescreve, reinterpreta e realumia a música tradicional, num exercício de degustação que dá renovados sabores a coisas de sempre.

DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 19H00, NO PIANO AQUÁRIO (RUA DA RIBEIRA NOVA, 14) · DURAÇÃO 40 MINUTOS

SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 20H30, NO JARDIM DOM LUÍS · DURAÇÃO 50 MINUTOS

VOZ SOB DO

BATATAS

AMOR ASAS

PARVAS

CONCEITO E PRODUÇÃO DOUDA CORRERIA/MIASOVE ARTISTAS SÓNIA BAPTISTA, MARIA DO MAR E JOANA BAGULHO

CONCEITO E PRODUÇÃO DOUDA CORRERIA/MIASOVE ARTISTAS NUNO MOURA E GHUNA X

A voz não segura o cravo, não segura o violino, não pede a mão. A mão faz amor com o cravo, com o violino. A mão tapa a boca mas não tapa a voz. A voz existe no silêncio. A mão escreveu palavras, dá-as ao violino, ao cravo, à voz. Joana Bagulho no cravo, Maria do Mar no violino e Sónia Baptista na voz encontram-se para tocar e cantar canções de Purcell e outras da autoria da própria Sónia Baptista.

Ninguém melhor que os Batatas Parvas (Nuno Moura e Ghuna X) para descrever a sua música: “Hiper noise redux, até porque isto ninguém disse.” No concerto do Festival Silêncio trazem surpresas no saco (de batatas, claro), e acrescentam que têm “mães para alimentar”. Um improviso entre manipulação low-fi e voz, ao qual chamam, em letras grandes, LOW-INFIDELITY-POETRY.

© PATRICK MENDES

ARTISTAS MARLENE TAVARES E OLESYA KYBA

SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 20H00, NA GIV LOWE (LARGO DE SÃO PAULO, 13-15) · DURAÇÃO 60 MINUTOS

SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 20H00, NA GIV LOWE (LARGO DE SÃO PAULO, 13-15)


Ú

S

I

C

A

© SARA RIBEIRO

© JOANA BARRA VAZ

M

LOS NEGROS

IZZY BUNNY

Em Los Negros, a actriz e cantora Sara Ribeiro junta Gil Dionísio (Pás de Problème, Criatura), Alexandre Bernardo (Laia, Criatura), Márcio Pinto (Terrakota, Olive Tree Dance) e Hernani Faustino (Red Trio, Rodrigo Amado Wire Quartet) para dar vida ao que chama de “lirismo de guerra”, uma poesia transformada em canções, encenada em palco por João Garcia Miguel, que ora fala de amor, de medo ou da vontade de dançar, ora percorre os abismos de olharmos para nós mesmos. O primeiro EP, “Amor Nos Cornos”, com o single “Comei-vos uns aos outros”, foi lançado em Março.

Canções sobre deuses, desenhos animados, fantasmas, pedras e bicicletas, assim se faz “Izzy Bunny is easy listening”, o seu primeiro EP, gravado em 2013 num quarto bolorento das Caldas da Rainha em 2013. “Esta bike não tem mudanças”, “joelhos esfolados” e “e agora sem mãos!” fazem parte da sua coletânea digital “Três Músicas Para Ouvir a Pedalar”. Izzy Bunny (Isabelle Coelho) editou o single “Beijinhos na boca dos mestres” pela editora portuense Gentle Records e apresentou-se ao vivo na primeira edição do Festival da Canção Gentle, em 2014, em Aveiro.

DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 19H30, NO JARDIM DOM LUÍS · DURAÇÃO 50 MINUTOS

SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 18H30, NO JARDIM DOM LUÍS · DURAÇÃO 50 MINUTOS

SALLIM

MAZE

Quando a palavra ganha outra forma, enche-se de cores, volumes, códigos e paisagens. É neste caldeirão de movimentos e de linguagens, a entrecruzar o estudo e o trabalho gráfico e plástico, que nasce a música e a escrita de Sallim. Uma das compositoras e intérpretes mais promissoras da atualidade, a lisboeta mostra-nos um universo completamente low-fi, composto por canções gravadas no quarto, debaixo da luz intimista de quem olha o mundo com todos os sentidos e, assim, lhe encontra novas linguagens.

No ano em que os Dealema, um dos mais raros casos de longevidade no hip-hop português, comemoram o seu vigésimo aniversário, Maze, o MC do coletivo estreia-se no formato longa-duração com um álbum homónimo editado de forma repentina em Maio e apresentado em Lisboa no Festival Silêncio. Quinze temas com produções de nomes da cena rap como Ace (Mind da Gap), Mundo Segundo, Sam the Kid, Tombo, Raez, DJ Suprhyme, Reis, Sair e Virtus. Uma viagem ao seu âmago que ao mesmo tempo que interpreta a condição humana quer injetar esperança nos que o acompanham.

QUINTA, 30 DE JUNHO, ÀS 20H30, NO JARDIM DOM LUÍS · DURAÇÃO 50 MINUTOS

QUINTA, 30 DE JUNHO, ÀS 23H00, NO MUSICBOX (RUA NOVA DO CARVALHO, 24) · DURAÇÃO 50 MINUTOS

LAMA + CRUA LAmA é o atual projeto a solo de João Pereira (If Lucy Fell, Riding Pânico), através do qual se exploram ambientes melódicos delicados e de pendor bucólico. Depois de um primeiro registo de estúdio, Sono, que contou com 5 temas, está em calha um novo registo a ser editado via Revolve. Nesta atuação no Festival Silêncio junta-se a Crua. QUINTA, 30 DE JUNHO, ÀS 23H30, NO SABOTAGE (RUA DE SÃO PAULO, 16) · DURAÇÃO 50 MINUTOS

LULA PENA © CLAUDIA VAREJAO

É no “Archivo Pittoresco” de Lula Pena, o seu próximo disco, a ser lançado em breve pela editora belga Crammed Discs e a surgir seis anos depois de “Troubador”, que podemos remexer neste concerto ao ar livre. A cantora e guitarrista que reúne seguidores em várias partes do mundo (o “Financial Times” nomeou-a uma das artistas a ter por perto em 2016 e a fazer-nos “com que o coração bata mais forte”) regressa com um álbum com o mesmo nome de um semanário ilustrado do século 19 e que cruza influências de outros tempos e de outros lugares, do “phado”, como costuma escrever, à bossa nova, do folk blues ao flamenco. DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 22H00, NO JARDIM DOM LUÍS · DURAÇÃO 50 MINUTOS

28 29


M

Ú

S

I

C

A

SAMUEL ÚRIA

O Tondela, clube de futebol da terra natal de Samuel Úria, um adepto assumido, conseguiu a proeza de não descer de divisão e o músico continua a não descer de nível, disco após disco. No seu último trabalho, “Carga de Ombro”, lançado em Abril, e numa altura em que soma 15 anos de carreira, volta a mostrar que há poucos como ele a manipular e reinventar as palavras, com letras feitas de trocadilhos e expressões idiomáticas, a competir com alusões políticas, literárias ou cinematográficas. Um disco que é “meio homem, meio gospel, mãos de fado e pés de roque enrole”.

© RITA CARMO

SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 22H00, NO JARDIM DOM LUÍS · DURAÇÃO 50 MINUTOS

THE LOAFING HEROES João Tordo (Portugal) no contrabaixo, Giulia Gallina (Itália) na voz, piano e concertina, Judith Retzlik (Alemanha) no violino, e Jaime McGill (Estados Unidos) no clarinete baixo são estes heróis improváveis, com um recém-lançado álbum, “The Baron in the Trees”. Os registos anteriores (“Crossing The Threshold”, “Planets”, “Chula” e “Unterwegs”) foram produto dos anos divididos pela banda entre Berlim e Lisboa. As suas canções falam de viagens por paisagens imaginárias e personagens revolucionárias, de vagabundos a almas que partiram. SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 19H30, NO JARDIM DOM LUÍS · DURAÇÃO 50 MINUTOS

OLD JERUSALEM LANDIM Em 2006, Landim começa a ganhar destaque no movimento do hip-hop português. Na altura o rapper de origens cabo-verdianas tinha apenas 16 anos, mas desde então, e até aos dias de hoje, quatro mixtapes já foram editadas. A palavra é o elemento central de músicas que dão um novo rumo à consciência social, ao mesmo tempo que são o seu meio primordial de defesa e divulgação da cultura crioula.

Quatro anos volvidos desde a edição do albúm homónimo, Old Jerusalem, projeto de Francisco Silva, regressa com “A Rose Is a Rose Is a Rose”. O título, pedido emprestado à poetisa norte-americana Gertrude Stein, serve de pretexto para a colaboração com Frederico Melo e abre caminho a músicas mais expansivas. A canção é aqui o ponto de partida para instrumentações mais complexas e maduras, naquele que é, sem sombra de dúvidas, o álbum maior da sua carreira, ancorado num universo lírico e poético denso a apontar para a vida de todos os dias. DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 20H30, NO JARDIM DOM LUÍS · DURAÇÃO 50 MINUTOS

© SILVANAD

SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 18H30, NO JARDIM DOM LUÍS · DURAÇÃO 50 MINUTOS

FADISTAS DO POVO COBRA PRETA Cobra Preta é um dos padrinhos do rap crioulo em Portugal. Autor das mixtapes “CobraLogia” e “Nigatividade”, é membro do coletivo de MCs G.U.N.S. (Gz Unidos Na Street), e soma colaborações com grandes nomes como Valete ou NGA. Tem ainda uma editora, a Atitude Productions, cujo mote é dar voz a intérpretes que de outra forma poderiam acabar esquecidos. SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 17H30, NO JARDIM DOM LUÍS · DURAÇÃO 50 MINUTOS

O espetáculo Fadistas do Povo é uma síntese pensada para palco que parte do projeto de residências artísticas de fado que acontece há três anos no Povo e que tem levado jovens intérpretes a descobrirem a sua personalidade artística e a desenvolverem um repertório. Nestas noites especiais, os fadistas estão lado a lado com músicos de diferentes quadrantes, de forma a partilhar experiências, ideias e técnicas e a valorizar as letras, a dimensão poética e as histórias contadas nas canções. Durante o Silêncio, os Fadistas do Povo atuam no domingo em vários espaços do Cais do Sodré. DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 17H30, NO CAFÉ TATI (RUA DA RIBEIRA NOVA, 36); ÀS 18H00, NO ARCO DA VELHA (RUA DE SÃO PAULO, 184-186); ÀS 18H30 NO ÂNGULO (RUA DE SÃO PAULO, 79) E, ÀS 19H00, NO CASTRO BEER (RUA DE SÃO PAULO, 123)


M

Ú

S

I

C

A

ALINE

FRAZÃO As palavras e voz de Aline Frazão são já parte integrante do imaginário do público português. Nascida em Angola, a cantautora tem vindo a apregoar a liberdade e a contestação política quase em paralelismo com a forma como se transforma numa das mais interessantes herdeiras e obreiras da música com genética africana a ser produzida em Portugal. Em “Insular”, o seu trabalho mais recente e mais experimental, junta Pedro Geraldes (Linda Martini), Capicua, Ana Paula Tavares e Giles Perring. Gravado na ilha de Jura, na Escócia, o disco baseia-se no “Conto da Ilha Desconhecida” de José Saramago. SÁBADO, 02 DE JULHO, ÀS 20H30, NO JARDIM DOM LUÍS · DURAÇÃO 50 MINUTOS

SAMBADO Depois do trabalho com Cochaise, Filipe Sambado lança-se a solo em 2012 com o EP “Isto não é coisa para voltar a acontecer”. Pelos vistos aconteceu e depois de “1234”, surge “Ups... fiz isto outra vez”, ficando completa uma trilogia. A melancolia oferece-se lânguida em canções que foram costuradas para nos atingirem e ressoarem perpetuamente. SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 19H30, NO JARDIM DOM LUÍS DURAÇÃO 50 MINUTOS

ACID ACID + VIOLETA AZEVEDO O grande desafio de Acid Acid é aliar os sons cósmicos, de ritmos tribais, repetitivos e de viagens transcendentais, com a palavra falada, com os sons desta, sua fonética e significado, criando uma relação de proximidade com o significado, para depois partir em busca de um remoinho de som, em que os sons falados se entrelaçam com drones, guitarras etéreas e órgãos cósmicos. A acompanhar estará Violeta Azevedo, na flauta e efeitos, contribuindo, desta forma, para a criação de sons celestiais de um drone simultaneamente planante e hipnótico. DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 16H30 NO JARDIM DOM LUÍS DURAÇÃO 50 MINUTOS

© RITA ANTUNES

FILIPE

SIESTA FIESTA Pirilampo é o responsável por este que é o “DJ set mais lento do mundo”, com Los Claudios de Colombia, Burt Bacharach, Petula Clark e tantos outros embalos, ora raros, ora na biblioteca de avós modernos. Uma festa de embalar, onde a música toca baixinho, faz cócegas no pé e cafuné no umbigo.

CACHUPA PSICADÉLICA: A MODA DO POETA

© VERA MARMELO

DOMINGO, 03 DE JULHO, ÀS 14H30, NO JARDIM DOM LUÍS DURAÇÃO 50 MINUTOS

PRIMEIRA DAMA

Aterrar em Lisboa com uma guitarra, o pulmão cheio de palavras e muito palco conquistado de forma natural pode muito bem ser o resumo da vida de Lula, o poeta da Cachupa Psicadélica e um dos novos nomes da música cabo-verdiana de fusão. Em “A moda do poeta”, Lula presta homenagem a vários poetas, de Sophia de Mello Breyner a Ondjaki, passando por Corsino Fortes. Esperam-se também novas versões do seu mais recente disco, “O Último Cabo-Verdiano Triste”.

Primeira Dama é o alter-ego de Manuel Lourenço, um alfacinha com muitas “Histórias por Contar”. Neste álbum, escreve sobre si próprio e sobre os outros, através de histórias que mais do que contadas são cantadas, e que falam sobre as vicissitudes da vida, o amor e os seus amigos. Um disco com a estrutura de um livro, onde a simplicidade da pop onírica se une à voz e aos teclados.

SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 22H00, NO JARDIM DOM LUÍS · DURAÇÃO 50 MINUTOS

SEXTA, 01 DE JULHO, ÀS 17H30, NO JARDIM DOM LUÍS DURAÇÃO 50 MINUTOS

30 31


PROJETO E PRODUÇÃO: PARCEIROS DE PROGRAMAÇÃO:

www.ctlisbon.com

APOIOS INSTITUCIONAIS:

A Avó Veio Trabalhar, A Viagem, Associação Ensaios e Diálogos, Associação Sentidos Ilimitados, Café Tati, Contabandistas de Estórias, Conversas de Lisboa / Arquivo 237, Douda Correira / Mia Soave, Pangeia Super Continente de Editores Independentes, Arquivo dos Diários, Lounge, Piano Aquário, Primeiros Sintomas, Sabotage, Verso Branco, Viking PARCEIROS DE ACOLHIMENTO:

PARCEIROS ESTRATÉGICOS:

PARCEIROS DE PRODUÇÃO:

PARCEIROS MEDIA:

A Maria não deixa, A Tabacaria, A Viagem, Adelino Costa e Filho, LDA, Água de Beber, Ângulo, Antiga Mercearia Tejo, Arco da Velha, Arquivo Geral, Artefab, Atlântica Cafetaria, Atmosferas – Etic, BDO, Boutique da Fruta, Brilhipotência, Build my Bike, BV90, Café Tati, COA - Café da Ordem dos Arquitectos, Castro Beer, Etic, Farmácia Central, Filart, Filho da Mãe, Fundação Portuguesa das Comunicações - Museu das Comunicações, Galeria Boavista, Gelato Davvero, GivLOWE, Herdade do Freixo do Meio, House of Corto Maltese, La Puttana, Las Ficheras, Le Frique, Lisbon Bike Rentals, Loja do Museu do Arroz, Melfa, Mez Cais, Mia Vintage, Musicbox, Ménage, O Bom, o Mau e o Vilão, Ordem dos Arquitectos - Secção Regional Sul, Os Leões de São Paulo, Pachamamma, Palácio do Kebab, Pastelaria 4 Estações, Pastelaria Popular da Bica, Pensão Amor, Povo, Preto no Branco, Primeiros Sintomas, Pólo Cultural Gaivotas | Boavista, Quero-te no Cais, Quiosque de Refresco, Restaurante Bacalhau, Restaurante Água no Bico, Ripompe, Roterdão, Rua das Gaivotas 6, Sabotage, SAL concept store, Sol e Pesca, Tabernáculo, Taquerya Pistola y Corazón, The Bistro Chic, Tokyo, Viestil, Viking, Wetani APOIO À PRODUÇÃO:

Anexo / Arquivo 237, Armazém 42, Associação Cais Sodré, Associação Mais Cidadania, Finepaper, Lourisom, Mais Skillz, Restart, Reymon / Uniball Portugal, World Academy APOIO À DIVULGAÇÃO: INICIATIVA INSERIDA:

Upstairs, Divide by Two, Aporfest


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.