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Favelão: torneio de futebol de várzea no Rio virou o maior do mundo e atraiu grandes patrocinadores

Organizado pela Central Única das Favelas (CUFA), versão nacional da Taça das Favelas reúne seleções estaduais de futebol masculino e feminino

Taça das Favelas: competição procurar dar visibilidade a jovens atletas que moram em favelas brasileiras. Desde 2012, mais de 400 mil participaram (Taça das Favelas/Divulgação)

Taça das Favelas: competição procurar dar visibilidade a jovens atletas que moram em favelas brasileiras. Desde 2012, mais de 400 mil participaram (Taça das Favelas/Divulgação)

Maior competição do mundo de futebol entre equipes de favelas, a Taça das Favelas — também chamada carinhosamente de "Favelão" — entra na reta final nesta quinta-feira, 10, com a fase de semifinais.

O alcance crescente do evento, cuja final terá transmissão ao vivo pela TV Globo, vem atraindo cada vez mais patrocinadores interessados em dialogar com moradores de favelas.

Iniciada no dia 3 de novembro, a competição reúne 16 seleções masculinas e 12 seleções femininas formadas pelos melhores jogadores das edições estaduais e integradas por moradores das principais favelas brasileiras .

O evento é organizado pela Central Única das Favelas (CUFA), ONG fundada no Rio de Janeiro há mais de duas décadas e com programas de assistência social em comunidades carentes.

Na última década, a CUFA lançou um braço de apoio financeiro e mentoria a empreendedores das favelas, o Grupo Favela Holding. Uma das empresas apoiadas pela Favela Holding, a empresa de eventos InFavela é uma das responsáveis pela competição.

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A Taça das Favelas foi criada em 2012 no Rio de Janeiro. Em 10 anos, participaram mais de 400.000 jovens, moradores de mais de 5.000 favelas no país. Além dos jogos, a Taça busca promover a integração entre os atletas e conta com workshops e treinamentos para técnicos e jogadores.

Alguns dos atletas do Favelão já despontaram para o futebol profissional. O volante Patrick de Paula, por exemplo, participou das edições de 2015, 2016 e 207 da versão carioca da Taça das Favelas. Profissionalizado pelo Palmeiras, recentemente ele foi vendido ao Botafogo por mais de R$ 30 milhões.

Qual o poder econômico da favela 

Ao longo do tempo, a competição também tem conseguido atrair diversos patrocinadores e apoiadores, empresas que buscam se aproximar de uma população estimada em 17,1 milhões de pessoas, de acordo com dados da pesquisa “Um país chamado Favela 2022”, do Data Favela em parceria com a CUFA e o Instituto Locomotiva.

Segundo o levantamento, se as favelas fossem um estado brasileiro, ocupariam o quarto lugar em população, perdendo apenas para São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Atualmente, os moradores dessas comunidades movimentam mais de R$ 180,9 bilhões.

Muito em função do poder crescente da população residente em favelas na tomada de decisão dos estrategistas de marketing nas empresas brasileiras, a competição vem recebendo um número crescente de patrocinadores.

Nesta edição, a mineradora Vale, o app de mobilidade Uber, e as empresas de alimentos Friboi e Camil entraram como as principais patrocinadoras num grupo que também inclui Bet Nacional, de apostas online, Assaí, Centauro e Vai Voando, de varejo, EMS, farmacêutica e VR, de benefícios corporativos.

As finais feminina e masculina serão realizadas no dia 19 de novembro, na Arena Barueri, a partir das 14h.

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