Cada vez mais vê-se pessoas
na Santa Missa usando trajes informais como o trio chinelos, bermuda e
camiseta, que normalmente são usados em praia, parque, rua e passeios informais e em casa.
Ora, igreja não é praia, não é
parque, não é rua nem local de passeio nem é a casa particular de uma pessoa.
Tudo isso pode ser analisado
de dois pontos; um ligado mais a ética e moral e outro à religião.
Do ponto de vista ético,
podemos observar os grupos de roupas usados em cada caso e em cada finalidade. Por
exemplo, uma empresa que deseja manter um padrão ético de seriedade, de bons
serviços e produtos, vai logo preparar o melhor e mais sério uniforme que puder
para seus funcionários. Nas áreas executivas ou administrativas das empresas é
comum o terno ou ao menos paletó e gravata.
Os exércitos vão valorizar
seus uniformes pois destes depende sua imagem. Os ambientes religiosos;
conventos, mosteiros e outros, também mantém seus hábitos impecáveis. As
escolas tem seus uniformes e assim por diante. Isto tudo no caso de uma ética
que prime pela seriedade e bom funcionamento do ambiente.
O contrário também existe. São
os trajes informais, usados pelas pessoas em ambientes livres, sem muita preocupação
em agradar ninguém nem que algo funcione bem. São os locais já mencionados;
praias, passeios, ambientes de comércio como lojas, rua, etc.
Por outro lado, assim como há
os ambientes informais, existem também os formais; empresas, bancos, repartições
públicas, tribunais e muitos outros onde se exige das pessoas um comportamento
diferenciado tanto em seus atos quanto em sua apresentação pessoal.
Entendido estes pontos
básicos, para que não se fira a sensibilidade de ninguém com esses comentários,
cabe a pergunta: E a igreja e principalmente a Santa Missa, em qual ambiente se
enquadra? Será que nos informais onde se possa sentar de qualquer maneira,
falar alto, usar a roupa que bem entender? Ou se enquadra nos ambientes
formais, onde se tenha uma postura séria, compenetrada, atenciosa e uma apresentação
visual compatível?
Ficou bem mais fácil para
entender. Mas para quem ainda não entendeu; a igreja é o ambiente mais formal
que existe na terra. Pois ali não está o executivo, o general, o juiz, o rei, o
papa. Ali está quem deu a vida e quem vai julgar todos eles. Ali está o Rei dos
reis, Nosso Senhor Jesus Cristo.
No templo do Senhor a pessoa
comum nem sequer podia entrar e somente o sumo sacerdote. Nas igrejas qualquer
pessoa pode entrar, mas quem está lá é o mesmo Senhor do templo. Nada mudou, só
mudaram as pessoas que perderam o discernimento de quem eles estão visitando e
a quem eles recorrem quando vão à Santa Missa.
Muitos modernistas podem
argumentar que Deus não quer ver roupas e sim o coração de cada pessoa, sua fé
e seus atos. Até porque existe um ditado popular que diz: "O hábito não faz o
monge". Mas nada mais falso. Fosse assim, os frades e freiras conventuais que
vivem em oração, com Santa Missa todos os dias, confissão frequente e
permanente estado de graça, poderiam deixar de lado seus hábitos pesados, já
que Deus vê apenas o coração, segundo o argumento. Entretanto não é assim, é ao
contrário, quanto mais próximo de Deus o religioso está, mais formal, coberto
com seu hábito e sério vai estar.
Podem argumentar que os
maiores ladrões, aqueles que estão na política dos países, estão todos de terno
e gravata. É bem verdade. Isto porque em tudo existe exceção. Mesmo porque os ambientes onde atuam são formais e assim eles devem proceder.
Mas é sabido também, conforme
anuncia outro ditado popular; "Onde há fumaça há fogo". O trio de vestimentas
mencionados no princípio é visto nos presídios, na cracolândia, usados pelos assaltantes,
pelos baderneiros na saída de estádio de futebol, no carnaval, nos bailes funk,
nos bares e botecos, nos churrascos onde bêbados e palavrões são normais,
enfim...é uma roupinha já conhecida da polícia quando abordam ou perseguem algum
indivíduo. Será então adequado visitar o nosso Deus, Senhor do universo,
presente no altar da consagração usando o traje preferido desses tipos de pessoas? Participar da mais
elevada forma de culto prestada a Deus nesta terra usando trajes que se usa em
casa?
Embora aqui tenha sido usado como exemplo o trio chinelos, bermuda e camiseta, todos sabem que há muitos outros trajes inadequados e as vezes ainda piores que estes.
Muitas vezes as pessoas se
vestem bem melhor para ir ao shopping, à uma festa, a um encontro, a um
restaurante. Será que Deus não é maior que tudo isto?
Enfim, nossa roupa é como a
embalagem de um presente. Será que damos um presente à uma pessoa de muita
dignidade numa embalagem amarrotada, com um papel de presente feio e
desagradável?
Nossa roupa deve indicar
nossa dignidade (quem a tem) e também, conforme a dignidade do lugar para o
qual vamos e do ato de que participaremos ou da pessoa a quem nos dirigirmos.
(Redação "Vida e Fé Católica"). Compartilhe.